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Espírito Santo conta com mais de 134 mil micro e pequenas empresas ativas

Reportagens traz cases com histórias bem-sucedidas no estado
Por Da Redação
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Empreender é um desejo que está ganhando cada vez mais adeptos. Não é à toa que “ter o próprio negócio” foi apontado como o 2º maior sonho dos brasileiros pela Global Entrepreneurship Monitor (GEM), a maior pesquisa mundial de empreendedorismo. E foi seguindo esse desejo comum a tantos brasileiros, que Laís Breder decidiu abrir a própria loja de vestuário. A ideia de criar uma marca de roupas surgiu em 2015, quando ela finalizava o curso de Direito, e foi ganhando forma até se tornar a Cajuera, há cinco anos. O sonho era desenvolver uma marca sustentável e que tocasse as pessoas de alguma forma, conta Laís.

“Nessa busca de querer impactar outras pessoas, de aguçar mais o meu lado criativo, acho que a minha consciência tomou a decisão de que a moda seria algo que eu poderia trabalhar nesse sentido. A moda foi a primeira maneira que eu vislumbrei para fazer diferença na vida de outra pessoa”, conta Laís.

O segmento de vestuário é um dos que mais cresce no Espírito Santo, com aproximadamente 5,6 mil micro e pequenas empresas ativas. Hoje, com a irmã como sócia, a empreendedora já consegue ter um conceito bem formado da loja. A sustentabilidade é o que move a marca.

“A ideia é valorizar o que é nosso, trazer a parte brasileira para os nossos produtos. E com uma equipe incrível, a Cajuera começou a crescer, várias pessoas começaram a se juntar ao ideal da empresa. Meu grande sonho é tocar nos momentos individuais, com produtos, serviços e ideias que encantem a vida das pessoas, desconstruindo a ideia de que ser ecológico é limitante. As práticas sustentáveis são possíveis dentro da nossa realidade e é isso que gostaria de trabalhar melhor”, deseja Laís.

Laís Breder decidiu abrir a própria loja de vestuário, a Cajuera, e hoje conta com a irmã como sócia.

Atualmente, a Cajuera possui uma matriz e duas filiais, além de parcerias que levam a marca para Fernando de Noronha (PE) e Chile. A produção capixaba é feita por pequenos núcleos familiares, gerando emprego e renda para o Espírito Santo.

As Micro e Pequenas Empresas (MPE) são a força motora da economia em todo o país, e no Espírito Santo não é diferente. Apenas no período de janeiro a julho deste ano, elas se tornaram responsáveis por 67% dos empregos gerados, de acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED).

Segundo o diretor de atendimento do Sebrae/ES, José Eugênio Vieira, as MPE têm sustentado a economia capixaba com a geração de emprego e renda para o estado.

“Prova disso é que, no último ano, elas empregaram sete vezes mais do que as médias e grandes empresas capixabas e seguiram mantendo o saldo positivo de empregos durante o primeiro semestre deste ano. Todo o esforço do Sebrae/ES, em parceria com o governo do Estado e prefeituras, também contribuiu para esses resultados, uma vez que estamos melhorando o ambiente de negócios e desburocratizando os processos para quem empreende no Espírito Santo”, ressalta Vieira.

O sonho de ser empreendedor

O educador físico Gustavo Brás faz parte do grupo de 44 milhões de brasileiros que são ou desejam ser empreendedores, segundo a GEM. Ele abriu a empresa em 2012, o B3, um estúdio de atividade funcional, localizado em Vitória.

O educador físico Gustavo Brás abriu um estúdio de atividade funcional, localizado em Vitória.

Recém-formado e junto a outros dois sócios na época, eles aproveitaram uma oportunidade para empreender. “Uma academia que fazia atendimento personalizado estava fechando na região e os clientes estavam buscando um novo espaço para se exercitarem, com o mesmo perfil. Entendemos aquela situação como uma oportunidade, compramos os equipamentos do local, abrimos o nosso estúdio próximo ao outro estabelecimento e captamos os alunos”, relembra Gustavo.

Hoje, ele está entre as mais de 134 mil micro e pequenas empresas ativas no Espírito Santo e já se consolidou, quebrando a marca de 23% das empresas que fecham antes de completarem dois anos de existência. De lá para cá, já se passaram dez anos de muito empreendedorismo e aprendizado. E o Sebrae/ES teve contribuição importante nessa trajetória.

“Quando a empresa tinha três anos, eu fiz o Empretec. Queria desenvolver a minha capacidade de empreender, de solucionar problemas diante de mudanças de situações e medir a minha capacidade de gestão. Aprendi que, às vezes, a gente precisa tomar uma decisão rápida e assertiva, seguindo pelo melhor caminho”, conta o empreendedor.

Em 2020, com as medidas de isolamento social provocadas pela crise da Covid-19, Gustavo precisou colocar todo esse aprendizado e conhecimento em prática. Afinal, o setor de academias foi um dos que mais demorou para retomar as atividades presenciais com segurança.

“Durante a pandemia a gente precisou mudar para a aula on-line e foi tudo em cima da hora. Tivemos que reorganizar os processos internos e nos organizar para que o cliente do outro lado conseguisse treinar, movimentar-se e, ao mesmo tempo, fazer com que esse formato fosse prazeroso para ele. O nosso método de treinamento, que é a prática de exercício livre, facilitou a adaptação dos alunos. Foi uma boa experiência, mas não foi fácil”, destaca Gustavo.

Desde o retorno das atividades presenciais, o B3 migrou para um espaço maior e Gustavo toca o estúdio de funcional sem sócios, mas com uma equipe que para ele faz toda a diferença.

“A gente está no mercado há dez anos e sempre tem um desafio novo. Empreender é bacana, mas é desafiador. A gestão do negócio também, porque a gente tem que dar conta da satisfação do cliente, da responsabilidade técnica de entregar o que ele precisa e o que ele quer. Mas a gestão de pessoas é o meu maior desafio. Hoje, eu penso e compartilho junto com os funcionários. Se eu não estiver perto da minha equipe, eu não consigo crescer, e sozinho ninguém vai para lugar nenhum”, conclui o empreendedor.

Saúde em primeiro lugar!

Quando o assunto é alimentação, o número de negócios abertos no Espírito Santo surpreende. Da fabricação ao comércio de produtos alimentícios, o estado possui pelo menos 11 mil negócios ativos entre micro e pequenas empresas. A Vila Natura é uma delas, atuando no setor de comercialização de polpas de açaí e outras frutas e produtos naturais. No mercado desde 2017, a empresa tem como objetivo promover uma alimentação saudável aos seus clientes.

“Eu amo açaí e tinha dificuldade em achar açaí puro em Vitória. Um dia, por total acaso, eu conheci na rua um produtor de açaí, ele mesmo plantava, extraía e vendia as polpas. Comprei três vezes e pensei que, com mais capacidade de comunicação, eu poderia consumir e fazer aquele alimento chegar até às pessoas como eu. Pedi autorização a ele e comecei a revender para meus amigos e isso foi se espalhando”, relembra o proprietário Fábio Machado Cardoso.

Para ele, o diferencial do seu produto está na segurança. “Creio que o diferencial hoje seja oferecer um produto muito saudável, prático e confiável. O pacote do meu açaí tem a opção de porções pequenas e registro do Ministério da Agricultura, isso me ajudou a conquistar a confiança de clientes, atletas e nutricionistas conceituados”, conta Fábio.

Desde o início do negócio, Fábio optou por utilizar as redes sociais para divulgação e venda dos produtos. Ele faz parte dos 42% dos empreendedores que já utilizavam esse canal de venda antes da pandemia.

“As redes sociais sempre foram fundamentais desde o primeiro dia quando postei no meu Facebook pessoal sobre a possibilidade de vender açaí a meus amigos e tive cerca de 60 respostas positivas. Aquela postagem foi quando decidi começar. Atualmente, uso mais o Instagram e Whatsapp Business, o dia inteiro”, explica o empreendedor.

O empresário Fábio Machado Cardoso, proprietário da Vila Natura.

Atualmente, 69% dos empreendedores capixabas fazem uso das redes sociais para venderem seus produtos. O boom aconteceu durante a pandemia, e o Whatsapp foi a ferramenta “queridinha” dos empreendedores capixabas, sendo utilizada por 90% daqueles que escolheram as redes sociais para fortalecer as vendas.

Apesar de toda a importância do ambiente digital para o negócio, Fábio entendeu que também era preciso diversificar as formas de venda para ampliar a clientela. “Hoje, meu produto é vendido por mim, como no início de tudo, mas também está dentro de 10 lojas espalhadas pelo estado. Há quatro meses, aluguei meu primeiro ponto físico pois o volume de estoque não podia mais ficar na minha casa. Isso não seria possível sem profissionalizar o negócio me tornando MEI e depois microempresa”, destaca.

O próximo passo do Fábio, que já fez cursos do Sebrae/ES há alguns anos, é retomar a rotina de capacitações. “Eu pretendo fazer o Empretec, conheço pessoas que fizeram e me indicaram muito. Busco ler e me manter informado sempre, mas sinto falta de participar de um conteúdo mais imersivo”, finaliza o empreendedor.

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