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MasterChef quer manter carisma e proximidade dos pequenos negócios

Vencedor da competição nacional, Diego Sacilotto prioriza ingredientes com Indicação Geográfica e valoriza o trabalho dos pequenos produtores rurais
Por Da Redação
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Com uma larga experiência na profissão, o paulista Diego Sacilotto foi o campeão do programa MasterChef Profissional 2022. Ele já trabalhou com grandes nomes da gastronomia e teve a oportunidade de adquirir experiência no exterior. O pirarucu de Mamirauá e farinha de Uarini foram dois dos ingredientes com Indicação Geográfica (IG) que fizeram parte de uma ousada receita envolvendo chocolate e laranja, que o levou à final da 4ª temporada. Como empresário, Diego garante que o relacionamento próximo com o cliente – característico das pequenas empresas – é fundamental para o sucesso dos negócios.

À frente do Grupo Mozzafiato, que reúne seis restaurantes na zona norte de São Paulo e uma fazenda, Diego vem de uma família com tradição em empreender. Para ele, essa é uma experiência transformadora: “Estamos há 40 anos fazendo isso. Nós acompanhamos a transformação de muita gente. A mão de obra da gastronomia de São Paulo e do Brasil em geral, nos anos 90, era basicamente nordestina, em uma época em que o Nordeste sofria muito mais do que hoje. As pessoas vinham semianalfabetas. A segunda geração dessas famílias também trabalha conosco, mas chega com outra formação. Já vem com faculdade e traz outros sonhos”.

Segundo o empresário, até 2020, os restaurantes operavam de forma individual. A ideia de formar um grupo surgiu como estratégia para melhorar as negociações com fornecedores. Apesar da mudança nesse modelo, Diego ressalta que o tratamento dispensado ao público continua sendo individual, como normalmente acontece em um pequeno negócio. “Esse contato direto com o cliente é muito importante. Sempre que estamos funcionando, um dos donos está dentro. Queremos manter esse carisma de pequeno negócio, de proximidade, de atenção.”

Um dos planos para o futuro é criar um restaurante escola para formar pessoas, partindo da terra até o serviço final. Segundo o empresário, o interesse não é de agora, mas, ao ganhar o MasterChef, surgiram muitas oportunidades de parceria. “Eu fui a primeira geração da minha família que pode fazer faculdade. Então nunca esqueço disso. Cheguei aqui porque alguém me deu a oportunidade, porque alguém batalhou. E muitas pessoas não têm quem transpire por elas, para que consigam ser dignas de uma vida normal”.

Outro plano de Diego é estruturar a fazenda de sua família, em Pindamonhangaba, no interior de São Paulo, onde são produzidos os alimentos orgânicos usados nos restaurantes. Diego também pretende valorizar e criar iniciativas juntos aos pequenos produtores rurais: “o caminho deles é árduo, difícil de ser notado, principalmente na gastronomia, que é dominada pela indústria”.

Prova final do MastcerChef

O desafio que garantiu uma vaga a Diego na final do MasterChef Profissional 2022 usou alimentos produzidos exclusivamente por pequenos produtores e com selo de Indicação Geográfica (IG), que atesta a origem do produto, garantindo a proteção e promoção dos territórios vinculados.

Nessa prova, Diego preparou pirarucu com farofa de uarini e chocolate acompanhado de chips e molho de cebola, espumante, cajuína e mel. Ele usou 10 ingredientes: chocolate ao leite, pirarucu, socol, mandioca, inhame, farinha de mandioca, mel, espumante, laranja e cajuína. “Eu me lembro bem dessa prova e fiquei muito feliz pela proposta do programa porque o nosso maior objetivo era contar a história do pequeno produtor, da valorização do artesanal”, finaliza.

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