Segundo dados da quinta edição da “Pesquisa Sebrae – Pulso dos Pequenos Negócios”, de 2023, uma a cada quatro pequenas empresas do setor de turismo solicitaram crédito nos últimos três meses do ano, sendo que apenas 41% delas conseguiram o benefício. Nesta segunda-feira (18), a temática foi debatida durante o “Painel de Acesso a Crédito Público para o Turismo”, na sede da Associação Comercial do Paraná (ACP), dentro da programação da Feira Internacional de Destinos Inteligentes (FIDI), que acontece até esta terça-feira (19) em Curitiba.
O painel foi realizado pelo Instituto Ciudades del Futuro, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Sebrae, com apoio do Sebrae/PR, da Universidade Aberta do Nordeste (Uane) e da Unidade de Competitividade Setorial (UCS) de Curitiba.
Instituições nacionais, internacionais e representantes de bancos como Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Caixa, Banco do Brasil, Banco do Nordeste e Banco da Amazônia estiveram reunidos no painel, que contou com a presença de Ana Clévia Guerreiro, coordenadora de Turismo do Sebrae. Giovanni Beviláqua, coordenador de Acesso a Crédito e Investimentos do Sebrae, foi o moderador do painel.
Os pequenos negócios no Brasil são muito subfinanciados. E eles correspondem a 90% dos CNPJ formalizados da nossa economia, essencialmente formada pelos pequenos negócios, cuja atuação faz parte da missão do Sebrae. É fundamental a participação das instituições financeiras neste evento pela promoção do desenvolvimento dos pequenos negócios no turismo, mostrando o trabalho realizado em suas regiões.
Giovanni Beviláqua, coordenador de Acesso a Crédito e Investimentos do Sebrae.
Ainda de acordo com a pesquisa Pulso do Sebrae, turismo e economia criativa se destacam como os segmentos com maior proporção do faturamento oriundo de vendas on-line. Além disso, há certa estabilização na busca por empréstimo, com percentuais gerais próximos dos 30% há algumas edições.
Gustavo Lorena Pinto, coordenador do BNDES, apresentou as condições do banco para o fomento ao setor de turismo. “Cultura e memória, muitas vezes, são o atrativo turístico. Clima e biodiversidade também contribuem, sob uma ótica sustentável. O apoio do BNDES pode ser de forma direta ou indireta, via agentes financeiros. Direto, precisa ser no mínimo de R$ 20 milhões para municípios e R$ 40 milhões para o setor privado. Para parcerias indiretas, não há valor mínimo”, explicou Gustavo.
Superintendente executivo da Caixa Econômica Federal, Marques Calixto destacou as facilidades do acesso ao crédito. “Quando falamos de acesso ao crédito no Poder Público, o processo envolve muitos trâmites. Mas, temos situações facilitadas na Caixa, em que conseguimos aprovar o crédito em até 40 dias. Temos também linhas em parceria com os ministérios do governo federal, por exemplo, com os recursos do FGTS. São eles: Pró-Moradia (habitação), Pró-Transportes (mobilidade), Pró-Cidades (urbanismo e modernização tecnológica) e Saneamento Para Todos (saneamento básico)”, elencou.
Juliana Bettini, agente de crédito do BID, destacou os projetos estruturantes para o turismo realizados pelo banco no país, que enxergam o setor de forma integrada, com duração média de cinco anos. “O turismo é um motor de crescimento econômico relevante, podendo trazer benefícios sociais e ambientais significativos, quando bem desenvolvido. Esse é o mote do nosso programa, associado a projetos multissetoriais com apoio técnico de equipe de especialistas. O BID é um banco multilateral com área dedicada à Floresta Amazônica, por exemplo, voltado ao desenvolvimento de iniciativas econômicas sustentáveis. Temos mais de 120 profissionais alocados nos escritórios de Brasília e São Paulo, oferecendo conhecimento técnico, além dos programas de financiamento (público, privado e para startups)”, descreveu.
FIDI
A Feira Internacional de Destinos Inteligentes (FIDI) ocorre até terça-feira (19), em Curitiba, reunindo representantes do Sebrae, Ministério do Turismo (MTur), além de estados e municípios participantes do programa de Destinos Turísticos Inteligentes (DTI).
O Sebrae está presente na Feira Internacional de Destinos Inteligentes (FIDI) e em seu estande apresenta as boas práticas dos 12 municípios reconhecidos no Brasil e que fazem parte do Programa Turismo Futuro Brasil. O evento é voltado para profissionais do setor de turismo e inovação, gestores públicos, acadêmicos e organizações não governamentais do Brasil e da Ibero América.