Foram anunciadas, nesta sexta-feira (24), as seis equipes vencedoras do Desafio Liga Jovem, a maior competição nacional de empreendedorismo e tecnologia para estudantes do ensino fundamental e médio. Os nomes dos ganhadores foram conhecidos no palco principal do Bossa Summit, evento voltado a startups, em São Paulo. Eles serão levados para uma missão internacional para visitar centros de inovação em Madri, na Espanha.
Quatro escolas públicas e duas particulares foram as vencedoras da competição. Ganharam equipes da Escola Técnica Estadual Juscelino Kubitschek, no Rio de janeiro, com projeto voltado a pessoas no espectro autista; do Colégio Técnico de Campinas, com um aplicativo que conecta cuidadores e idosos que precisam do serviço; da Escola Municipal de Ensino Fundamental Saint Hilaire, de Porto Alegre, com um kit de saúde menstrual.
Integram ainda a lista dos vencedores equipes do Colégio Poliedro, de São José dos Campos (SP), com a criação de um biocurativo; da Escola Técnica Estadual Juscelino Kubitschek, no Rio de Janeiro, com plataforma de arte voltada a refugiados e migrantes; e do Instituto Federal do Rio de Janeiro com um aplicativo de crédito financeiro.
Nicolas Militão Livotto, 17 anos, aluno do 3º ano do Colégio Técnico de Campinas, é da “equipe PD”, que trabalhou em um app para o público idoso. Ele disse que o “coração acelerou” ao ouvir o anúncio da equipe como vencedora. “Eu não imaginava que conseguiríamos porque todos os projetos concorrentes eram muito bons”, conta o garoto. Segundo ele, os planos continuam: “Já conversamos com alguns investidores, começamos a fazer pesquisas para buscar parcerias. Agora vamos para Madri”.
Ana Clara Lopes, de 18 anos, é da “equipe Callíope”, do Colégio Marista, que desenvolveu uma plataforma para crianças atípicas. “Foi uma caminhada difícil, mas valeu muito a pena ver nosso projeto ser avaliado, elogiado por tantos profissionais incríveis. Investidores já demonstraram interesse em colocar nosso projeto para frente e não vamos desistir”, diz Ana Clara, ao lado da equipe 100% feminina.
Realizado pelo Sebrae e Instituto Ideias de Futuro, o Desafio Liga Jovem teve mais de 5 mil alunos inscritos de todos os estados brasileiros. Desses, cerca de 600 (entre alunos e educadores que coordenam as equipes) chegaram à semifinal com projetos inovadores que usam a tecnologia para resolver problemas sociais, da comunidade ou escola. Vinte e um equipes foram para a final, de onde saíram as seis equipes vencedoras.
O diretor técnico do Sebrae, Bruno Quick, presente na premiação e responsável por anunciar a última das seis equipes vencedoras, afirmou que os participantes da competição serão multiplicadores da cultura da inovação pelo Brasil. “Vocês representam o futuro do país”, destacou. Edleide Alves, gerente da Unidade de Educação Empreendedora, também participou do anúncio dos premiados.
Elaine Novetti, gestora do Liga Jovem no Sebrae, ressalta que o elevado nível dos projetos já obteve resultados práticos, além da experiência em si da competição, como tratativas para financiar o desenvolvimento dos produtos planejados, expectativa de bolsas de estudo, conexões iniciadas, entre outros avanços.
“Vimos aqui o poder transformador da educação. Temos certeza de que a experiência fomentou potencialidades nos participantes de uma forma geral, não só entre os que venceram”, destaca Elaine.
O presidente do Instituto Ideias de Futuro, Oswaldo Cruz , afirmou que considerou impressionante enxergar o poder transformador da experiência do Liga Jovem para muito além dos prêmios oferecidos aos grupos selecionados.
“Essa vivência proporcionou transformações na vida deles para sempre. Muitos grupos saíram daqui com investimentos, novas parcerias, venderam seus protótipos, conseguiram bolsas de estudo para universidades e já agendaram a presença em novos eventos. Isso demonstra que eles mergulharam na oportunidade, independentemente do resultado final”, disse Oswaldo.
Conheça mais sobre os vencedores:
– A equipe Callíope, do Colégio Marista em Maceió, apresentou um projeto para ajudar autistas não verbais a desenvolver a comunicação e aprender coisas novas com o uso de um aplicativo gamificado adaptado para crianças atípicas.
– A equipe Curativo Bio, do Colégio Poliedro, de São José dos Campos (SP), criou um protótipo de um curativo biodegradável, feito com elementos químicos que não poluem o meio ambiente e não contém plástico, com propriedades cicatrizantes de óleos de menta e meleleuca e de baixo custo.
– A equipe Garotas de Vermelho, da Escola Municipal de Ensino Fundamental Saint Hilaire, de Porto Alegre, criou o kit de saúde menstrual, um dispositivo pedagógico, que possibilita falar sobre a menstruação e fazer conexões com autocuidado e bem viver.
– A equipe Hera, da Escola Técnica Estadual Juscelino Kubitschek, no Rio de janeiro, projetou uma plataforma de curadoria de arte, voltada para artistas migrantes e refugiados, com objetivo de promover uma jornada educacional, bem como geração de renda, através da venda de NFT’s, assim como de produtos licenciados.
– O projeto da equipe Opennova, do Instituto Federal do Rio de Janeiro (campus São Gonçalo), é um aplicativo para facilitar e baratear a tomada de empréstimo por meio de Open Finance, disponibilizando o Crowdinvesting – uma espécie de vaquinha remunerada para levantar recursos, tendo como foco influenciadores digitais.
– A equipe PD, do Colégio Técnico de Campinas, elaborou um aplicativo que visa conectar pessoas que atuam como cuidadores de idoso e indivíduos que necessitam desse serviço.