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Mulheres negras são apenas 26% nas pequenas empresas exportadoras

Dado faz parte de levantamento do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), que criou programa para alavancar a participação de pessoas negras no comércio externo
Por André Luiz Gomes
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Uma em cada quatro profissionais das pequenas empresas brasileiras que atuam no comércio exterior são mulheres negras (26,6%). É o que aponta o estudo Comércio Exterior e representatividade racial no mercado de trabalho brasileiro, apresentado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). O levantamento, que foi realizado a partir dos microdados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) e nas bases de dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), mostra ainda que, em média, apenas 8,9% dos cargos de diretor e 21% dos cargos de gerente nas empresas (grandes, médias e pequenas) exportadoras são ocupados por pessoas negras.

Ter dados confiáveis para podermos agir de forma assertiva é fundamental! Por isso esse levantamento servirá como base na elaboração e na implementação de políticas públicas e ações que resultem em condições melhores para as pessoas negras, criando oportunidades para uma maior participação delas no mercado externo. Precisamos atuar para uma mudança de mentalidade, o estímulo e apoio ao empreendedorismo é um dos melhores caminhos, inclusive para garantir uma maior entrada e participação desse público na economia brasileira.

Margarete Coelho do Sebrae, diretora de Administração e Finanças do Sebrae.

Para modificar esse cenário, o MDIC lançou o programa Raízes Comex, voltado para inclusão e ampliação de empresas lideradas por pessoas negras no comércio exterior brasileiro, além da capacitação de pessoas negras para atuarem no comércio internacional. A iniciativa envolve cursos de capacitação, consultorias, pacotes de incentivos e apoio à promoção comercial, com participação em feiras, eventos e rodadas de negócio em outros países.

“Por meio de estímulos concretos, como a premiação de empresas e cursos de capacitação para jovens negros atuarem no comércio exterior, o governo federal reafirma seu compromisso de reduzir a desigualdade racial no país”, afirmou o vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin.

Inclusão também é um dos pilares da atuação do Sebrae nos últimos anos, ao lado da sustentabilidade e da inovação. Por isso, desde o fim de 2023, a entidade possui a Unidade de Empreendedorismo Feminino, Diversidade e Inclusão. Uma das iniciativas executadas pela área é o Programa PLURAL, que destina recursos para que cada unidade do Sebrae nos estados impulsione o empreendedorismo feminino, o afroempreendedorismo e demais grupos de pessoas empreendedoras pertencentes aos grupos sub-representados.

“Trazer o debate para dentro do Sebrae e estimular os pequenos negócios nesta pauta é essencial. A diversidade traz muitos benefícios! Negócios mais diversos são também mais inovadores e isso cria oportunidades no desenvolvimento de produtos e serviços mais atraentes aos clientes quando temos olhares diferentes no dia a dia de um negócio e, por consequência, aumenta as chances de inserção em novos mercados. Ações de diversidade são ferramentas fundamentais para ampliar as oportunidades de trabalho e reduzir as desigualdades em nosso país”, garantiu Margarete.

Pequenos negócios mais inclusivos

Para ter uma empresa mais inclusiva e diversa, o Sebrae sugere que sejam adotadas algumas medidas:

  1. Mapeamento – Olhar para a organização é o primeiro passo para entender como a empresa aborda a inclusão e o que ainda precisa ser feito. Para isso, é importante analisar a composição de cada um dos times e, principalmente, os cargos de liderança.
  2. Metas e indicadores focados em inclusão – Ao identificar a equipe e o que precisa ser feito para aumentar a variedade de oportunidades, utilize recursos que poderão ajudar nesse processo.
  3. Cultura organizacional – Estimule a cultura da tolerância e da boa convivência entre as diferenças. Para isso, proponha ações que ajudem as pessoas a entenderem os desafios que as diferenças geram no ambiente de trabalho, pois isso ajuda a reduzir os conflitos internos.
  4. Treinamento – Inserir essas mudanças na empresa também inclui o treinamento dos líderes, afinal, eles são o retrato da organização para os colaboradores.
  5. Compromisso – Após treinados os líderes, é hora de colocar a cultura da diversidade em prática no dia a dia da empresa, investindo nos treinamentos dos times.
  6. Processo seletivo – Uma das principais formas de tornar uma empresa mais diversa e inclusiva é ter atenção ao processo de recrutamento e seleção.
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