O reforço das relações comerciais entre Brasil e Chile – com a inclusão dos pequenos negócios como uma das pautas prioritárias – pode gerar emprego e renda no âmbito de uma nova economia sustentável, inclusiva e globalizada. Este posicionamento foi defendido na palestra do presidente do Sebrae, Décio Lima, nesta segunda-feira (5), na abertura do Fórum Empresarial Chile-Brasil, realizado na capital chilena, Santiago. O evento é organizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), em parceria com o Ministério das Relações Exteriores (MRE). O presidente do Sebrae integra a comitiva do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, no país vizinho.
Estamos em sintonia com os dois governos – Brasil e Chile – e diante de um momento relevante. Os pequenos negócios são aqueles que distribuem a renda e a riqueza com maior facilidade, e este é o momento de dar ao segmento um tratamento de política de Estado. A economia tem que ser sustentável, inovadora e globalizada e, com isso, daremos visibilidade aos pequenos negócios, que correspondem a 95% das empresas brasileiras e representam seis em cada dez empregos gerados em 2024.
Décio Lima, presidente do Sebrae Nacional
Em sua fala, o dirigente do Sebrae também reforçou que o encontro é importantíssimo para as micro e pequenas empresas brasileiras e que o Sebrae busca uma integração ainda maior com o Chile. “A capilaridade do setor produtivo se encontra aqui, em Santiago, para que possamos estabelecer acordos bilaterais e fomentar as duas economias, principalmente os pequenos negócios que não têm mais como não estarem presentes no processo de economia globalizada. Isso representa atuar também no setor do turismo, já que o Chile se consolida como o terceiro maior emissor de turistas para o Brasil, que, por sua vez, foi o segundo maior emissor de turistas para o Chile, em 2023”, completou.
O Fórum Empresarial faz parte dos esforços que a ApexBrasil, em parceria com governo federal, tem realizado para estreitar as relações comerciais entre o Brasil e os países das Américas do Sul, Central e do Caribe, buscando a cooperação e a abertura de novos mercados. O presidente da Apex-Brasil, Jorge Viana, ressaltou a parceria estabelecida com o Sebrae e a necessidade de inserir os pequenos negócios nas discussões de comércio exterior daqui para frente.
O nosso propósito é ampliar cada vez mais a participação das micro e pequenas empresas nas atividades de exportação do Brasil.
Relação comercial próspera
Atualmente, o Brasil é o 3º maior fornecedor do Chile, com participação de 11% no mercado chileno. Já o Chile é o 6º principal destino das das exportações brasileiras. Em 2023, as exportações brasileiras para o país somaram US$ 7,9 bilhões e, as importações, US$ 4,3 bilhões. Em termos de investimento, o estoque de Investimento Estrangeiro Direto (IED) brasileiro no Chile acumula crescimento de 8,5% entre 2021 e 2022.
O Chile é um dos países mais industrializados da América Latina e algumas das suas principais indústrias incluem a mineração (cobre, carvão e nitrato), produtos manufaturados (processamento de alimentos, produtos químicos, madeira) e agricultura (pesca, viticultura e fruta). O país tem ainda um setor de serviços forte, que contribui com 54,3% do PIB e emprega cerca de 70% da população. O governo do chileno está estimando para este ano um crescimento de 2,5% do PIB do país.
Congênere chilena
Ainda na capital chilena, o presidente do Sebrae participou da agenda bilateral com o principal órgão de pequenos negócios do país, o Serviço de Cooperação Técnica (Sercotec), ligado ao Ministério de Economia, Fomento e Turismo. Na pauta, discussão para promover a sustentabilidade e as boas práticas climáticas pelas micro, pequenas e médias empresas; no Chile, o setor compõe 98,6% das empresas do país e concentra 65,3% dos empregos formais.
Trata-se de duas entidades que possuem o mesmo fim. Este é um momento extremamente relevante, sobretudo por este momento que o Chile e o Brasil estão vivendo. É o momento de dar a esse setor a visibilidade necessária e a proteção com políticas de Estado para que nos possamos, no modelo de economia globalizado, termos a clareza de interação entre as duas economias. Portanto, Sebrae e Sercotec estão de braços dados para poder construir um marco regulatório na vida dos nossos dois países.
Décio Lima, presidente do Sebrae Nacional