A pandemia da Covid-19 exigiu que negócios de todos os tipos e tamanhos tivessem que entrar no mercado digital. Na avaliação do coordenador de Mercados e Transformação Digital do Sebrae Nacional, Ivan Tonet, o e-commerce no Brasil ainda tem muito o que evoluir e oferece incontáveis oportunidades. Em artigo publicado no livro “A Virada – Como Reinventar Seu Negócio Em Tempos de Incerteza”, ele dá um ultimato aos donos de pequenos negócios brasileiros. Segundo ele, as empresas que não se digitalizarem agora vão deixar de ser competitivas no médio ou longo prazo.
“Observamos cada vez mais varejistas entrando no mercado on-line e isso gera ainda mais concorrência. Eles apostam na omnicanalidade, permitindo que os clientes encontrem a empresa e os seus produtos por todos os canais necessários”, alertou Tonet.
O livro “A Virada” foi recém-lançado no Brasil e em Portugal, por meio da editora Lisbon Internacional Press, sob coordenação do assessor da presidência do Conselho Deliberativo Nacional do Sebrae, André Spínola. Com uma coletânea de 11 artigos produzidos por analistas do Sebrae, a obra trata de assuntos como liderança, transformação digital, futurismo, mercado digital, ESG, branding, inovação, entre outros. O prefácio é assinado por Luiza Trajano, presidente do Conselho de Administração da Magazine Luiza.
A Agência Sebrae de Notícias (ASN) conversou com Ivan Tonet, que é autor do artigo “Dia D do seu negócio: digitalizar as vendas ou desaparecer”. O especialista apresenta dados sobre mercado consumidor e crescimento das vendas na internet, como também orienta os leitores sobre como aproveitar as oportunidades do mercado digital.
Confira abaixo a entrevista:
ASN – Como você avalia a evolução do e-commerce no Brasil? É possível destacar os principais nichos do mercado em crescimento?
IT – O e-commerce tanto no Brasil com no mundo vem se consolidando. Quando comparado a países como EUA e China, ainda temos muito que evoluir, com muitas oportunidades. Em relação aos nichos, é preciso observar as sazonalidades, com datas comemorativas, assim como o varejo físico, mas eu destacaria o mercado pet que vem atraindo cada vez mais consumidores para o on-line e também o mercado de casa, construção e decoração. A moda e beleza seguem como sendo os segmentos mais representativos dentro de marketplaces. Também destacaria peças automotivas e o segmento de alimentos e bebidas.
ASN – Pesquisa do Sebrae apontou que os pequenos negócios utilizam principalmente as redes sociais para vender, como Whatsapp, Facebook e Instagram. Por outro lado, as lojas ou sites virtuais e marketplaces ainda são pouco utilizados. Qual é a leitura que você faz desses dados?
IT – As redes sociais apresentam maior facilidade de acesso para os empreendedores porque ele já é usuário. Contudo, é preciso ressaltar que as redes sociais ainda não são exploradas da forma que deveria porque a maioria dos empreendedores não faz uma gestão profissional para poder extrair o melhor daquele canal. No caso das lojas virtuais, o empreendedor deve primeiro avaliar a capacidade de operação dele porque necessita de uma intensa divulgação na internet para atrair o consumidor. Já no marketplace, eu acredito que a baixa adesão se dá pela falta de conhecimento da oportunidade e entendimento que pode ser mais simples do que ele pensa. O Sebrae inclusive fez parcerias com os principais marketplaces do país e disponibiliza conteúdo exclusivo para quem quer explorar essas oportunidades. Clique aqui para conhecer.
ASN – Para um empreendedor que está começando um negócio, qual conselho você daria para ele ou ela em termos de estratégia digital? Focar em um canal específico primeiro ou ir testando todos ao mesmo tempo?
IT – É importante que o empreendedor avalie qual é o canal mais adequado. Pode ser que precise de mais de um ou que comece apenas com um canal. Então, é preciso entender como cada canal funcional, de acordo com a necessidade dele e do público que ele pretende atingir, sem deixar de pensar na profissionalização da operação.
ASN – Existe algum canal de venda que você considera que ainda é subestimado pelos empreendedores ou que tem grande potencial para os pequenos negócios?
IT – Eu considero que o live commerce tem grande potencial de venda por estar muito mais conectado com o seu cliente naquele momento e consegue fazer com que ele compre mais. É algo que teve destaque durante a pandemia, depois caiu um pouquinho, mas tende a ter grande potencial para quem operar bem neste meio.