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Sebrae e CNI convidam sociedade civil organizada a assumir pacto pela bioeconomia

Com ênfase na defesa do ser humano, entidades reforçam que a pauta da sustentabilidade é fundamental para o futuro do planeta
Por Redação
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Ricardo Alban (centro) e o Décio Lima (do lado direito) durante a COP 29. Foto: Andrea Sekeff.

O Sebrae e a CNI realizaram, nesta terça-feira (11), na COP 29, realizada em Baku, capital do Azerbaijão, um encontro que reuniu instituições representativas do empresariado, governos e da sociedade civil organizada do Brasil. No evento, houve um consenso entre os palestrantes da importância de colocar o ser humano à frente das decisões políticas e econômicas e sobre o papel da economia verde na construção de um novo futuro para o planeta.

O presidente do Sebrae, Décio Lima, destacou o papel dos pequenos negócios na economia brasileira e o protagonismo que essas empresas já desempenham ao liderar a geração de empregos formais e contribuir com a descentralização de renda no país.

Nós tiramos 24 milhões de pessoas da miséria e estamos saindo novamente do mapa da fome, depois de termos voltado a esse estágio em um período recente, onde a democracia e os direitos humanos foram duramente atingidos.

Décio Lima, presidente do Sebrae Nacional.

Décio Lima destacou o bom momento do país, que alcançou um crescimento que surpreendeu as previsões mais otimistas do FMI e comentou que o Brasil está pronto agora para liderar uma mudança em nível global, para um novo modelo de desenvolvimento. “Só nós temos a Amazônia, só nós temos seis biomas, só nós temos a condição de ter 89% da nossa energia produzida a partir de uma matriz limpa. Somos um exemplo de proteção ao planeta. Estamos prontos para a COP 30, no coração da Amazônia”, avalia.

De acordo com o presidente do Sebrae, o Brasil pode unir a sua capacidade criativa e de inovação ao empreendedorismo e resiliência do seu povo. “Vamos entregar ao brasileiro um país sem fome e sem miséria”.

O presidente da Confederação Nacional da Indústria, Ricardo Alban, ressaltou a importância das parcerias construídas pela entidade dentro e fora do Brasil. “Tivemos uma troca de experiência muito importante durante a realização do B20 (encontro de representantes do setor produtivo das economias integrantes do G20) e estamos trazendo uma proposta inovadora de incluir nas Conferências sobre o Clima da ONU o protagonismo da indústria”, comentou.

Segundo Ricardo Alban, a partir da COP 30, que será realizada no Brasil, a proposta é realizar simultaneamente um encontro reunindo as instituições congêneres à CNI, em uma versão empresarial: a Sustenable Businesse COP. “Nós já temos o apoio do governo federal e queremos colocar essa ideia em prática. Temos exemplos importantes no Brasil que podem ser compartilhados na área da mineração ou da celulose, por exemplo. Queremos construir alternativas para o desafio climático e para isso, vamos construir pontes. Queremos trabalhar pela convergência e pela complementaridade”, acrescentou.

Helder Barbalho, governador do Pará, estado que será sede da próxima edição da COP, ressaltou em seu discurso os avanços conquistados pelo Brasil nos últimos anos. “Temos feito o dever de casa e já reduzimos em 50% a emissão de gases de efeito estufa, que são resultado principalmente da queima das nossas florestas. Estamos construindo um novo modelo de desenvolvimento que tem um olhar diferenciado sobre o bioma Amazônico. Isso pressupõe diversificar as alternativas de renda”, comenta o governador.

Segundo ele é preciso criar um novo paradigma de produção que tem a bioeconomia como base. “Vamos priorizar investimentos em tecnologia para viabilizar o crescimento de uma economia verde que permita aos povos indígenas, quilombolas e ribeirinhos preservarem suas terras sem verem a floresta invadida pela exploração ilegal de minérios”, acrescentou.

O governador assumiu o compromisso de realizar, em 2025, a maior COP de todos os tempos. “Depois de dois encontros realizados em países com a economia baseada na exploração de combustíveis fósseis, teremos a primeira COP realizada por aqueles que vivem e conhecem a floresta”, concluiu.