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Novo modelo de desenvolvimento vai impulsionar empreendedorismo na Amazônia

Durante missão institucional ao lado de parceiros, Sebrae percorreu municípios da região do Baixo Amazonas para conhecer de perto iniciativas e projetos de bioeconomia
Por Cibele Maciel
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Com o objetivo de impulsionar o desenvolvimento sustentável inovador na Amazônia, o Sebrae percorreu a região do Baixo Amazonas (PA) para conhecer de perto iniciativas empreendedoras que geram renda, inclusão social e preservação ambiental. Formada por uma delegação de representantes do Sistema S, organizações da sociedade civil, empresários, líderes comunitários e artistas, a missão institucional liderada pelo Sebrae incluiu visitas técnicas nos municípios de Santarém, Mojuí dos Campos e Belterra, todos no estado do Pará.

Durante paradas estratégicas, o grupo teve a oportunidade de conhecer de perto iniciativas empreendedoras e projetos que podem contar com o apoio do Sebrae e parceiros. “Uma vez conectados e fortemente apoiados pelos Sebrae e seus parceiros, queremos realmente mudar esse patamar e trazer muito recurso para transformar para melhor a vida das pessoas que estão aqui cuidando da natureza”, declarou Bruno Quick, diretor técnico do Sebrae Nacional.

Após visitar a Comunidade de Coroca, localizada à margem esquerda do Rio Arapiuns, em Santarém, o diretor técnico do Sebrae, Bruno Quick, destacou o potencial do empreendedorismo local.

É uma comunidade organizada, com uma governança muito forte, que a partir de seus ativos e recursos naturais, preservando a identidade da Amazônia, se relaciona com turistas brasileiros e estrangeiros, oferecendo alto valor agregado ao mesmo tempo que garante uma vida digna e cheia de significado para si mesmos.

Bruno Quick, diretor-técnico do Sebrae.

Além da produção do mel de abelhas nativas e do artesanato tradicional, a comunidade se destaca pelas práticas sustentáveis, como a criação de tartarugas-da-Amazônia, e pelo turismo de base comunitária. Nos próximos meses, o Sebrae vai atuar com consultoria em métodos de pagamento e também na área de Design.

Equipe do Sebrae durante visita da agroindústria Du Nort Polpa de Frutas. Foto: Larissa Carvalho.

Segurança ambiental e alimentar

As visitas técnicas também incluíram pequenos empreendimentos rurais, como a agroindústria Du Nort Polpa de Frutas onde o Sebrae Pará já atua. A partir de agora, a ideia é ampliar o apoio junto aos parceiros. Além de atender a demanda do mercado local, o negócio fornece frutas para a merenda escolar. Atento à sustentabilidade, a propriedade está na transição para produção orgânica. Por isso, começou a adotar bioinsumos como alternativa à redução do uso de produtos químicos.

O pequeno produtor José Cunha e sua esposa Elizabete Ramos, de Mojuí dos Campos, também receberam a delegação liderada pelo Sebrae. O casal cultiva frutas e hortaliças orgânicas em sistema agroflorestal em uma área antes degradada. Com o nome de Quintal Produtivo, Cunha coordena um grupo de 23 produtores que comercializam em feiras orgânicas e pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).

Visita ao Museu de Ciências da Amazônia (MuCA). Foto: Larissa Carvalho.

Apoio a negócios sustentáveis

A missão do Sebrae também passou pelo Museu de Ciências da Amazônia (MuCA), em Belterra. O Sebrae será um impulsionador estratégico, em parceria com o museu, na consolidação do espaço como um polo de incubação de negócios sustentáveis. A iniciativa fortalecerá as Incubadoras da Floresta, capacitará empreendedores e fomentará a bioeconomia, o turismo de experiência e a inovação, ampliando o impacto econômico, social e cultural na região.

Durante visita ao MuCA, o grupo acompanhou a apresentação de iniciativas, como Projeto Carbono da Flona e o laboratório farmacêutico e cosmecêutico de ativos da Amazônia – Amazon Cure. Também visitaram exposição de artesãs locais e peças da artesã Flor Silva do Amazonas, reconhecida pelo trabalho com uso de escama de Pirarucu, e produtos da Yara Couro, que utiliza resíduos de pescado para fabricação de produtos exclusivos. Foram convidadas para trocar experiências com outras artesãs do Baixo Amazonas.

Pratos do restaurante-escola do MuCA tem a assinatura do Chef Léo Modesto. Foto: Larissa Carvalho.

Experiência imersiva

Para proporcionar uma conexão maior da delegação com a região do Baixo Amazonas, a programação contou com uma oficina e almoço no restaurante-escola do MuCA. Liderado pelo Chef Léo Modesto, que faz parte do Programa de Gastronomia do Sebrae, sendo Implementado em vários estados, iniciando no restaurante Casa 1 de Belterra, que também serve como centro de formação e incentivo ao empreendedorismo gastronômico sustentável, preparando a região para se destacar na COP 30, em novembro, em Belém (PA).

O grupo ainda conheceu pequenos negócios locais que oferecem o sabor único amazônico, como Restaurante Pés na Areia, dentro da comunidade Coroca e a sorveteria artesanal Boto – Gelato da Amazônia.

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