Construir um novo modelo de desenvolvimento econômico no qual a bioeconomia, o conhecimento dos povos ribeirinhos e o estímulo ao desenvolvimento de habilidades sustentáveis sejam protagonistas. A proposta foi defendida pelo diretor-técnico do Sebrae, Bruno Quick, durante painel no evento Pré-COP30 – A indústria no protagonismo climático, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília, nesta quarta-feira (15). O objetivo do encontro é mostrar que desenvolvimento sustentável e competitividade industrial caminham juntos.
“A bioeconomia é a grande questão à qual devemos estar atentos. Quando olhamos para o Norte, o Código Florestal mantém 80% daquele espaço sem alteração. Muitos podem olhar para lá como terra improdutiva, o que não é. Essa é uma barreira que deve ser vencida”, defendeu Bruno Quick.
Há um vazio de conhecimento para trabalharmos, pois ele é ancestral, é empírico. Há um potencial absurdo para os fármacos. É a oportunidade para a ciência chegar, compreender melhor, trabalhar a logística e ter um outro modelo de desenvolvimento econômico.
Bruno Quick, diretor técnico do Sebrae
Bruno Quick citou o empenho do Sebrae no fortalecimento do setor e no acompanhamento dos pequenos negócios, além de construir pontes com o setor público. Ele citou que existem cerca de 500 startups na região Amazônica voltadas para a bioeconomia. “Estamos dedicados nesta agenda dos empregos verdes”, comentou. “Estamos indo a campo, sendo capilares e responsivos, além de procurar entender as possibilidades e reunirmos diversas instituições”, apontou.

Além disso, o diretor-técnico do Sebrae destacou o aprendizado que a entidade vem adquirindo por estar inserida em um projeto-piloto em Belterra, no Pará, no qual trabalha em conjunto com cooperativas, artesãos, startups, indústrias locais e com o turismo para incentivar os negócios locais. “Nossa estratégia é chegar perto, entender os setores e aprender com esse novo modelo”, apontou.
Por fim, Bruno Quick defendeu que os participantes inovem em suas ações para promover uma transição climática mais justa e verde. “Se fizermos as coisas do mesmo jeito, o resultado será igual. A inação é isso. Precisamos de um arranjo no qual os setores público e privado caminhem juntos e que o resultado seja capilarizado com o apoio dos estados e municípios”, concluiu.

Capacitação
Os outros dois painelistas ressaltaram a importância da educação neste processo de construção de empregos mais verdes. O gerente de Educação Profissional e Superior do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Mateus Simões de Freitas, destacou a necessidade de pautar as mudanças necessárias na abordagem das capacitações. “A produtividade e o cuidado com a redução de desperdícios são algo relevante quando falamos de uma economia verde. Vemos a necessidade de profissionais nas micro, pequenas, médias e grandes empresas”, disse.
Por sua vez, o diretor de Relações Institucionais e Sustentabilidade da Cogna CONTEXT, Juliano Miguel Braga Griebeler, apontou a necessidade de debater agora a mudança que o setor deseja implementar no futuro. “Precisamos furar a bolha, fazer a mudança nas nossas empresas e propagar estes conceitos e ações para sair dessa inação”, defendeu. O bate-papo foi moderado pelo CMO da Schneider Electric na América do Sul, Arthur Wong.