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Digitalização recorde: pequenos negócios no Brasil atingem nível histórico em 2025

Pesquisa realizada pelo Sebrae mostra que o uso de computadores já é uma realidade para 76% do universo de empreendedores
Por Carlos Ely
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A digitalização dos pequenos negócios no Brasil alcançou, em 2025, um nível histórico com o uso de computadores, aplicativos e internet. Segundo pesquisa do Sebrae, 76% dos empreendedores (MEI, micro e pequenas empresas) contam com computadores em suas atividades, o que representa um crescimento de seis pontos percentuais desde 2022, igualando o pico registrado há 10 anos.

O uso de aplicativos, softwares ou programas “integrativos” também cresceu, sendo adotado por 47% dos empreendimentos em 2025 (crescimento de 20 pontos percentuais em comparação com 2018). Já o acesso à internet está praticamente universalizado, com 98% dos empreendedores afirmando utilizar conexão própria ou de terceiros. O presidente do Sebrae, Décio Lima, ressalta que a inovação é um caminho sem volta e que os pequenos negócios, em sua maioria, estão atentos ao universo digital.

É possível acessar os produtos em qualquer parte do mundo. E os pequenos negócios sabem que precisam entrar neste mundo globalizado. A digitalização é fundamental para expandir os relacionamentos e ampliar oportunidades. O papel do Sebrae é apoiar esses negócios para que a falta de acesso aos meios digitais não seja uma barreira.

Décio Lima, presidente do Sebrae.

Digitalização por porte

A análise por porte de empresa revela que as Empresas de Pequeno Porte (EPP) lideram no uso de computadores, com 96%, seguidas pelas Microempresas (ME) com 92%, e pelos Microempreendedores Individuais (MEI), com 62%. Embora os MEI apresentem o menor percentual, foram eles que registraram o maior crescimento no período, passando de 55% (em 2022) para 62% (em 2025), evidenciando um movimento de formalização e inclusão tecnológica nesse segmento.

Quanto ao perfil dos donos de negócios, a pesquisa revela que homens (77%) e pessoas brancas (82%) apresentam, proporcionalmente, os maiores índices de uso de computadores. Entretanto, apesar de aparecerem em menor proporção (75%), foram as mulheres empreendedoras que registraram o maior avanço, com uma variação de nove pontos percentuais nos últimos três anos.

Foto: Divulgação.

Maior número de computadores

Apesar de a maioria dos pequenos negócios ainda operar com poucos equipamentos, a pesquisa do Sebrae revela que, na média, houve um crescimento do número de computadores por empresa. A proporção de pequenas empresas com apenas uma máquina caiu de 55% (em 2022) para 47% (em 2025). Ao mesmo tempo, o percentual de empreendedores que contavam com três a cinco equipamentos saltou de 7% (em 2022) para 20% (em 2025), o que elevou a média de computadores por empresa de 2,4 para 2,8 equipamentos.

Aplicativos integrativos ganham espaço na gestão

O uso de aplicativos, softwares ou programas “integrativos” – aqueles que auxiliam na gestão de todas ou de boa parte das atividades do negócio – passou a ser prática de 47% dos empreendimentos em 2025. Esse percentual se manteve estável em relação a 2023, mas representa um salto significativo desde 2018 (quando a proporção era de 27%).

Novamente, as EPP (78%) e as empresas do setor do Comércio (53%) são os segmentos com os maiores índices de uso desses aplicativos. Quanto ao perfil do empreendedor, homens (49%) e pessoas brancas (51%) continuam na liderança entre os que mais utilizam aplicativos integrativos. Empreendedores com até 34 anos (57%) são os que mais utilizam esses recursos, e a escolaridade novamente se mostra um fator determinante, com os níveis mais altos apresentando maior uso, chegando a 61% entre aqueles com pós-graduação.

Foto: Divulgação.

Internet: conectividade quase universal

Por fim, a pesquisa do Sebrae mostra que quase a totalidade dos empreendedores (98%) costuma utilizar a internet, um índice que se mantém elevado e estável ao longo dos anos, com 99% em 2022 e 98% em 2025. A vasta maioria (93%) acessa a internet via “conexão própria”, com apenas 11% utilizando internet de terceiros.

Em razão dessa universalização, não há diferenças significativas na forma de acesso à internet entre diferentes portes de empresas, setores, gêneros, raça-cor, orientação sexual, faixas etárias ou níveis de escolaridade, indicando que a conectividade é uma realidade amplamente difundida entre os pequenos negócios brasileiros.

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