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Digitalização: comunidade LGBTQI+ se destaca no uso de tecnologia e Inteligência Artificial nos negócios

Pesquisa elaborada pelo Sebrae mostra que esses empreendedores fazem mais uso de computadores e de plataformas de IA no seu dia a dia
Por Carlos Abreu
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Empreendedores LGBTQI+ estão mais incluídos digitalmente que o restante dos donos de pequenos negócios do país. De acordo com a pesquisa “Transformação Digital nos Pequenos Negócios”, 73% dos empresários dessa comunidade afirmam fazer uso da Inteligência Artificial (IA). Essa proporção é quase 30 pontos superior ao restante dos empreendedores brasileiros (44%). O estudo do Sebrae revela ainda que 86% desses empresários fazem uso de computadores, proporção nove pontos percentuais acima do universo de donos de negócios heterossexuais.

Para Márcio Borges, analista de Empreendedorismo Feminino, Diversidade e Inclusão do Sebrae, esse é um dado notável, pois a IA é uma tecnologia emergente e seu alto índice de adoção por parte da comunidade LGBTQI+ sugere uma vanguarda na exploração de ferramentas inovadoras nesses pequenos negócios.

Analisando em particular o uso de diversas aplicações digitais, a população LGBTQI+ demonstra maior utilização em várias categorias, como aplicativos que otimizam/melhoram fotos (78% contra 53% dos heterossexuais), Chat GPT e outros de textos generativos (69% contra 52%), e ferramentas digitais de geração de imagem (62% contra 44%).

O engajamento desses empreendedores também é maior no que diz respeito à capacitação on-line. A proporção de empreendedores LGBTQI+ que já realizaram cursos pela internet (70%) é significativamente maior do que a dos heterossexuais (57%).

Construção de redes de apoio no digital

Márcio acredita que esse fenômeno pode ser explicado por uma combinação de fatores sociais, econômicos e de comportamento, que moldam a forma como essa comunidade interage com o mundo digital.

Historicamente, a comunidade LGBTQI+ muitas vezes enfrentou e ainda enfrenta desafios de aceitação e discriminação em espaços físicos. O ambiente digital, por outro lado, oferece um refúgio e um espaço seguro para a construção de redes de apoio, comunidades e identidades.

Márcio Borges, analista de Empreendedorismo Feminino, Diversidade e Inclusão do Sebrae.

Segundo ele, essa necessidade de conexão pode ter impulsionado uma maior familiaridade e uso de ferramentas digitais desde cedo, “transformando o ambiente on-line em um espaço natural para a interação social e, consequentemente, para o desenvolvimento de habilidades digitais”.

A digitalização permite que empreendedores LGBTQI+ operem seus negócios independentemente de sua localização geográfica, o que pode ser particularmente vantajoso para aqueles que vivem em regiões menos tolerantes ou com menos oportunidades. “O ambiente on-line oferece um campo de atuação mais amplo e menos restritivo, onde a identidade e a orientação sexual podem ser menos um obstáculo e mais um diferencial”, acrescenta.

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