O anúncio do corte de 0,5% da taxa básica de juros (Selic) anunciado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, nesta quarta-feira (13), não surpreendeu os economistas. Essa foi a quarta redução seguida, o que levou a taxa ao menor patamar desde março de 2022, quando estava em 10,75% ao ano. A medida, entretanto, ainda mantém os juros no país entre os mais elevados do mundo, atingindo diretamente as micro e pequenas empresas.
Para o presidente do Sebrae, Décio Lima, a taxa básica de juros deveria ter registrado, desde o início do ano, uma redução mais significativa.
Todos os indicadores da economia brasileira têm dado inequívocos sinais de otimismo, há meses. A queda expressiva do índice de desemprego, o controle da inflação, a expectativa recorde de safra, a alta do PIB, entre outros fatores – o que não justifica que o Banco Central ainda mantenha uma taxa tão elevada.
Décio Lima, presidente do Sebrae Nacional.
A taxa Selic interfere diretamente nos valores cobrados pelas instituições financeiras que disponibilizam crédito para os pequenos negócios. Segundo levantamento do Sebrae, as taxas praticadas para as micro e pequenas empresas fica, em média, 20% acima da taxa básica referencial.
“Os juros cobrados dos pequenos negócios são um impeditivo para o empreendedor acessar o crédito. Com a taxa de juros da Selic alta, há um desestímulo das instituições financeiras e dos tomadores de financiamento. É sempre uma tomada de decisão que deve ser feita com muita cautela”, acrescenta Décio Lima.
Apoio aos pequenos
Para apoiar os pequenos negócios, o Sebrae está juntando forças com Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) e Agência Pública de Inovação (Finep) para lançar uma nova linha de crédito com foco nos Microempreendedores Individuais (MEI) no valor de R$ 30 bilhões. A novidade faz parte da comemoração pelos 15 anos do MEI no Brasil, cujo aniversário é lembrado no próximo dia 19. Os recursos devem ser disponibilizados até o fim deste mês ou, no máximo, janeiro de 2024.