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Com mercados em alta, Brasil e Nigéria têm se destacado por serem as maiores economias da América do Sul e da África. Para fortalecer ainda mais as relações comerciais, os dois países assinaram, nesta segunda-feira (25), um Memorando de Entendimento, em Brasília, no qual se comprometem a atuar em 14 áreas prioritárias, entre elas o estímulo ao empreendedorismo e o desenvolvimento de pequenos negócios. O Sebrae, a ApexBrasil e a Agência de Desenvolvimento de Pequenas e Médias Empresas da Nigéria (SMEDAN) firmaram a parceria diante do vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.
“Temos uma avenida de oportunidades de trabalho e investimentos. O comércio já foi maior, mas no último ano aumentou 20% e a tendência é crescer mais fortemente. São dois países-irmãos. Vamos superar o Atlântico e trabalhar juntos em benefício das nossas populações. Desenvolvimento é o novo nome da paz”, comentou o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, sobre o dia produtivo de encontros e acordos firmados entre os dois países.
Em seu discurso, o presidente do Sebrae, Décio Lima, lembrou as semelhanças que aproximam os dois países. “A Nigéria tem um retrato muito parecido com o do Brasil. 85% das empresas de lá são pequenos negócios e produzem quase 50% do PIB”, afirmou.
“No Brasil, no ano passado, foram criados 1,7 milhão de empregos e 1, 3 milhão são originários da pequena economia. Então, é uma relação fundamental, porque é inclusiva, distribui renda e fortalece aquilo que é mais importante nessa conjuntura, que foi tirar milhões de brasileiros do Mapa da Fome”
Décio Lima, presidente do Sebrae Nacional
Décio Lima exaltou ainda a presença da comitiva nigeriana na sede do Sebrae Nacional. “Aqui estão visitando a história de construção do nosso país e do nosso povo. O Brasil pertence a vocês também”, afirmou.
De acordo com o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, este é um momento histórico para a economia brasileira. “Não tenho nenhuma dúvida de que a Nigéria, que deverá ter uma população maior do que a da China em algumas décadas, é um endereço importante para a cooperação, para a aproximação estratégica do Brasil com o continente africano. Além disso, o país agora também é parte especial dos BRICS, então é um momento muito especial”, disse.
Jumoke Oduwole, ministra da Indústria, Comércio e Investimento da Nigéria, comemorou os acordos bilaterais firmados. “A Nigéria continua como uma terra propícia para o comércio com as empresas brasileiras. Estamos dedicados para fortalecer esse ambiente e promover mais atividades econômicas entre as nossas nações”, destacou.
Áreas como agronegócio e desenvolvimento agroindustrial, economia criativa e desenvolvimento industrial, inovação e transformação digital, promoção comercial e acesso a mercados e promoção de investimentos estão entre as áreas inseridas no acordo. O documento foi assinado durante o Fórum Empresarial Brasil-Nigéria, evento que faz parte da visita oficial do presidente da Nigéria, Bola Tinubu, ao Brasil, com a presença de cerca de 200 empresários e investidores dos dois países.
A iniciativa foi promovida pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), e pelos ministérios do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e das Relações Exteriores (MRE), em parceria com o Sebrae, o Ministério das Relações Exteriores da Nigéria e a Comissão para Promoção de Investimentos da Nigéria (NIPC). Durante o encontro foram realizados diferentes painéis nos quais foram discutidas oportunidades em segurança alimentar; novas indústrias e transição energética; parcerias estratégicas e inovação em saúde; e facilitação de comércio e investimentos por meio de financiamento e desenvolvimento empresarial.
Parceria estratégica
Pela manhã, o presidente do Sebrae, Décio Lima, acompanhou a cerimônia oficial de boas-vindas à comitiva nigeriana no Palácio do Planalto. Durante o encontro, os presidentes Lula e Tinubu, acompanhados de ministros e governadores, firmaram atos bilaterais com foco no fortalecimento das relações diplomáticas e econômicas.
“Hoje, estamos firmando mais cinco acordos nas áreas culturais de serviços aéreos, defesa e tecnologia. E diálogo político. Neste momento, em que ressurgem o protecionismo e o multinacionalismo, Nigéria e Brasil reafirmam sua aposta no livre comércio e na integração produtiva”, celebrou o presidente do Brasil.
Tinubu agradeceu a recepção e lembrou que o Brasil e a Nigéria se reuniram para crescerem juntos economicamente. “Transferência de tecnologia, energia e economia são temas que podemos compartilhar e beneficiar os dois países e ampliar as oportunidades para todos”, disse.
Relação Brasil-Nigéria
Em 2024, Brasil e Nigéria celebram 65 anos de relações diplomáticas. No ano passado, a Nigéria ocupou a posição de quarto maior parceiro comercial do Brasil no continente africano, registrando um fluxo de comércio bilateral de US$ 2 bilhões, um crescimento de 20% em relação a 2023. Entre os principais produtos exportados pelo Brasil estão açúcares e melaços, enquanto as importações concentram-se em fertilizantes, petróleo e derivados.
