As mulheres negras donas de negócio compõem o universo de empreendedores que mais trabalham sozinhos, sem apoio de funcionários. Segundo um estudo feito pelo Sebrae a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do IBGE (PNADC), relativa ao segundo trimestre de 2022, apenas 8% dessas empresárias contratam empregados. Elas são superadas pelos empreendedores negros (11%), pelas mulheres brancas donas de negócio (17%) e pelos empresários brancos (20%).
Ainda de acordo com a análise do Sebrae, as mulheres negras são o grupo que está à frente dos menores negócios. Enquanto 17% dos homens brancos têm empresas com 11 ou mais funcionários, entre as empreendedoras negras, a maioria (82%) tem entre 1 e 5 empregados. O estudo ainda revela que as negras são o perfil de dono de negócio que está há menos tempo em atividade: 72% delas abriram o negócio há dois anos ou mais. Em contraposição, os empreendedores brancos são os que estão há mais tempo no mercado: 84% atuam como empresários há dois anos ou mais.
O presidente do Sebrae, Carlos Melles, lembra que os empreendedores negros e negras foram os grupos de donos de negócio mais atingidos pela pandemia e que – mesmo com a melhoria dos indicadores econômicos e a volta das atividades à normalidade – esses empresários ainda apresentam um rendimento médio significativamente menor que o de empreendedores brancos. “Precisamos apoiar o desenvolvimento de políticas públicas que beneficiem esse perfil de empreendedores e reduza as disparidades. A solução passa, principalmente, pela melhoria do acesso à escolaridade, mas também pela ampliação do crédito e de instrumentos que permitam uma maior qualificação de homens e mulheres negros à frente de negócios”, comenta Melles.
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