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O Sebrae realizou uma missão institucional no território do Baixo Amazonas, nessa quarta-feira (30), com o objetivo de conhecer e apoiar a comunidade Coroca, um distrito de Santarém (PA). A iniciativa integra um esforço maior para transformar a economia local, fortalecendo iniciativas e projetos que impulsionam a bioeconomia.
O artesanato é um dos pilares da economia da Comunidade Coroca, complementado pela produção de mel e pelo ecoturismo de base comunitária na região. Graças às capacitações oferecidas pelo Sebrae no início dos anos 2000, os artesãos locais aprimoraram suas técnicas e foram premiados em três edições do Prêmio TOP 100 de Artesanato, promovido pela entidade. Nesta nova etapa de apoio, a associação de artesãos das comunidades do Rio Arapiuns receberá suporte do Sebrae e de entidades parceiras para o aprimoramento dos produtos, modernização da gestão das atividades e acesso a novos mercados.
Um dos desafios identificados durante a missão é a necessidade de modernizar os meios de pagamento e registro de vendas do artesanato. Atualmente, todo o controle é feito manualmente, por meio de anotações em cadernos. A proposta do Sebrae é apoiar a implantação de soluções tecnológicas simples que tornem mais eficiente a gestão e as transações financeiras da comunidade.
É fundamental agregar valor aos produtos da região, promovendo um trabalho conjunto que permita não apenas aumentar a produção, mas também distribuir a renda de forma equilibrada.
Bruno Quick, diretor-técnico do Sebrae.
“O sucesso desta missão depende da participação ativa de todos os envolvidos, com o olhar atento de cada agente para consolidar iniciativas eficientes e garantir impactos positivos para as comunidades da região”, completa Quick.
Modelo de desenvolvimento
Adotando uma abordagem colaborativa, o Sebrae busca estimular o desenvolvimento de negócios inovadores no Baixo Amazonas. Apesar de estar localizada a quatro horas de barco do centro de Santarém, a comunidade Coroca comercializa sua produção no Mercado de Santo Cristo, na própria cidade, além de realizar envios para mercados nacional e internacional.
A líder da cooperativa e artesã Neida Pereira, de 54 anos, relata que, desde os anos 2000, homens e mulheres da comunidade se uniram para produzir artesanato com a palha do tucumã.
É uma forma de continuarmos com a nossa forma de vida, preservarmos a floresta e gerarmos renda.
Neida Pereira, líder da cooperativa local e artesã.
A formalização da associação ocorreu em 2006 e atualmente conta com 150 pessoas de oito comunidades da região de Arapiuns. Dentro da comunidade, um lago natural abriga tartarugas da Amazônia, o que estimula o ecoturismo e a preservação da floresta. A delegação do Sebrae teve oportunidade de conhecer os quelônios na visitação.
“A bioeconomia representa uma oportunidade real para gerar e distribuir riqueza, garantindo um crescimento sustentável que respeita o meio ambiente e valoriza o conhecimento local. Essa transformação não é um esforço isolado, mas sim o resultado da soma de forças entre o setor produtivo, a sociedade civil e os gestores públicos”, analisa o superintendente do Sebrae/PA, Rubens Magno.
A missão do Sebrae reúne representantes de entidades do Sistema S, de organizações da sociedade civil, empresários de setores ligados à inovação e empreendedorismo, líderes comunitários e artistas. Nesta quinta-feira, o grupo visitará experiências agroecológicas no município de Belterra (PA), onde também farão uma pausa no Museu de Ciências da Amazônia (MuCA). No mesmo dia, a delegação terá vivências de turismo de experiência e base comunitária em Alter do Chão.
