O primeiro dia do Salão Nacional do Turismo, que acontece até domingo (17), na Arena BRB Mané Garrincha, em Brasília, foi marcado por discussões sobre o futuro do turismo brasileiro. Na tarde desta sexta-feira (15), foi realizada uma oficina com a participação de representantes de cidades turísticas de vários estados do Brasil que estão no processo para se transformarem em Destinos Turísticos Inteligentes (DTI). O encontro marca o início das discussões sobre a criação de uma Rede DTI no Brasil, nos moldes da Rede Ibero-americana DTI, recentemente criada com a participação de cidades e instituições do Peru, Colômbia, Argentina e Brasil.
No Brasil, o Sebrae e o Ministério do Turismo (MTur) conduzem iniciativas complementares com o objetivo de transformar localidades em DTIs, que são territórios turísticos sustentáveis e diferenciados, que facilitam a interação e integração do turista com o destino, ofertando experiências memoráveis em toda a sua jornada.
Atualmente, 28 destinos estão em processo de transformação, sendo que 12 deles fazem parte do Programa Turismo Futuro Brasil, realizado pelo Sebrae em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e GKS Inteligência Territorial, consultoria responsável pela execução da iniciativa.
Durante o encontro, representantes do Sebrae e do MTur fizeram uma breve apresentação do trabalho que desenvolvem no país, enquanto o Instituto Ciudades del Futuro (ICF) contou como tem sido a experiência da Rede Ibero-americana DTI.
A oficina foi um momento inicial de começar esse diálogo com os destinos. Acreditamos que uma Rede DTI seria importante para o Brasil, mas essa decisão deve ser tomada pelos destinos, afinal de contas, são eles que executam as ações em suas cidades.
Ana Clévia Guerreiro, coordenadora do programa no Sebrae Nacional.
Ana Clévia aproveitou para reforçar o momento atual do turismo brasileiro. “Nós precisamos entender que estamos em um momento de virada de chave do turismo nacional e cada município do Brasil tem um papel muito importante, representados aqui por esses destinos”, acrescentou.
Encontro histórico
Para a especialista em Turismo do BID, Juliana Vicente, o encontro é histórico e contribui para avaliar se faz sentido a implementação de uma rede e ferramentas de colaboração. Segundo ela, a criação de uma rede DTI no Brasil traria ganhos diversos. “Possibilitaria uma conexão com mais aprendizados e compartilhamento de conhecimentos, além de trazer ganhos de escala e acesso a financiamentos e estímulos de promoção”, avaliou.
A diretora de Planejamento, Inteligência, Inovação e Competitividade do Ministério do Turismo, Bárbara Blaudt Rangel, por sua vez, destacou a importância da atuação conjunta do Sebrae e do Mtur na construção de uma estratégia de desenvolvimento desses destinos.
“São iniciativas diferentes, mas elas visam o mesmo fim, que é transformar destinos, mas também transformar as pessoas desses destinos. É importante que cada um saiba o seu papel dentro do destino para conseguir transformá-lo de fato”, frisou.