Ao longo das últimas décadas o mundo passou por profundas transformações tecnológicas, econômicas e culturais que extinguiram centenas de profissões, lançaram novas atividades e exigiram que milhões de trabalhadores e empresas se adaptassem para poder acompanhar o ritmo cada vez mais intenso dessa revolução.
Naturalmente, essa realidade tem causado um enorme impacto sobre a educação. As escolas buscam se reinventar para serem capazes de preparar crianças e jovens para os desafios que vão muito além do mundo de trabalho. O futuro exige o desenvolvimento de novas competências que superam aquelas desenvolvidas pelas tradicionais matérias acadêmicas. Os desafios que já estão anunciados, e os outros tantos que sequer estão imaginados, exigem cidadãos e profissionais capazes não apenas de lidar com a constante evolução tecnológica, mas de resolver problemas complexos de forma criativa, autônoma e inovadora.
Neste sentido, o governo Lula e do Geraldo Alckmin está promovendo o acesso à internet de qualidade nas mais de 178 mil escolas de educação básica do Brasil. Uma iniciativa que vai reunir todas as políticas públicas em andamento com o objetivo de universalizar a conectividade nas instituições de educação até 2026. Associado a este desafio está a difusão do ensino do empreendedorismo como conteúdo transversal nas escolas previsto na nova Base Nacional Comum Curricular. Nesse contexto, o Sebrae tem desempenhado um papel estratégico para fortalecer a compreensão de todos os atores do ecossistema de educação, assim como as famílias, sobre a importância de disseminarmos esse novo modo de educar entre os estudantes das redes pública e particular. Na última década, capacitamos mais de 1 milhão de professores e atendemos mais de 13,5 milhões de atendimentos a alunos.
O ensino do empreendedorismo nas escolas contribui para o desenvolvimento de competências empreendedoras, que envolvem saberes, habilidades e comportamentos necessários para o sucesso pessoal e profissional dos jovens nesse novo mundo.
As reflexões em torno da prática empreendedora incentivam a criatividade e a busca por soluções inovadoras para os problemas, competências essenciais a qualquer que seja o seu projeto de vida, bem como na solução de desafios sociais e econômicos, pois as tecnologias, como a internet e a inteligência artificial, são ferramentas essenciais nesta nova ordem, mas nada resolvem se não tivermos um aluno capaz de lidar com esta nova realidade. O ser humano será sempre o centro e toda a razão das mudanças. E as competências empreendedoras fazem parte do desenvolvimento integral do indivíduo.
Neste contexto, a educação empreendedora, é capaz de promover a análise crítica de oportunidades. Ao estimular tais competências desde cedo, estamos preparando nossos estudantes para empreenderem suas vidas pessoais e profissionais com maior possibilidade de identificar um propósito e realizá-lo entregando valor para a sociedade. Ainda ampliar sua visão de mundo, de forma que tenha a opção de escolher o melhor caminho profissional, inclusive empreender um negócio, que tenha a capacidade de associar sustentabilidade, inovação e inclusão.
O país já figura na pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), entre as maiores populações de donos de pequenos negócios do mundo. Segundo o levantamento, o Brasil tem 67% da população adulta envolvida com o empreendedorismo, seja porque já tem um negócio, está fazendo algo para iniciar um empreendimento ou deseja começar a empreender nos próximos três anos. Esta porcentagem corresponde a 93 milhões de brasileiros adultos, sendo 42 milhões de empreendedores e os outros 51 milhões de potenciais empreendedores.
A inclusão desse conteúdo no currículo escolar oferece a oportunidade de os jovens desenvolverem desde cedo ideias de negócios que podem se tornar realidade e servir como saídas para o desemprego e a desigualdade econômica. E, ainda que não venham a empreender, de fato, essas competências são altamente valorizadas pelos empregadores, tornando esses estudantes mais preparados para o mundo de trabalho.
Todo esse esforço do Sebrae, do Ministério da Educação e das secretarias estaduais e municipais de educação vai ao encontro de um compromisso firmado pelo Brasil entre os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas, que é aumentar o número de jovens e adultos com as competências necessárias, em particular competências técnicas e profissionais, para ter acesso ao emprego, trabalho digno e empreendedorismo, nas suas diversas vertentes. Estamos contribuindo para fortalecer uma educação com verdadeiro potencial de transformar a realidade brasileira.