O Dia Internacional das Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPMEs) é celebrado nesta sexta-feira (27). A data foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) como forma de reconhecer o papel vital desses pequenos negócios para a conquista dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Para o Brasil, eles são parte fundamental da economia, pois representam quase 27% do Produto Interno Bruto (PIB) e são responsáveis por cerca de 66,5% dos empregos gerados em 2025.
“São milhões de empresas chefiadas por homens e mulheres que não desistem diante das dificuldades de um mercado voraz e que, com a sua criatividade e insistência, geram riquezas e fortalecem a economia com a geração de empregos e contribuindo para uma melhor qualidade de vida para a nossa população. Essas empresas têm contribuído para diminuir as desigualdades gerando empregos e renda”, afirma o presidente do Sebrae, Décio Lima.
Somente neste ano, mais de 2,2 milhões de pessoas decidiram abrir as portas dos seus pequenos negócios porque se sentem seguros, diante do momento econômico, para empreender.
Décio Lima, presidente do Sebrae
Divididos por porte, a metade dos pequenos negócios ativos atualmente é formado por microempreendedores individuais (MEI), com mais de 12,2 milhões de CNPJs registrados. Na sequência estão as microempresas (ME), com 8,6 milhões de estabelecimentos, e as empresas de pequeno porte (EPP), com 1,6 milhão.
O setor de Serviços é composto por 11,9 milhões de estabelecimentos. Já o Comércio conta com 6,7 milhões de empreendimentos. Completam a lista ainda as indústrias (2 milhões), as empresas de construção (1,6 milhão) e a agropecuária (146 mil). A região Sudeste é responsável por mais da metade dos pequenos negócios abertos no país (50,4%), seguida da região Sul (19,3%) e do Nordeste (16,3%). O Centro-Oeste, com 2 milhões de empresas (8,8%) e o Norte (4,4%) fecham o ranking.
Mesmo com tantas empresas, ainda há espaço para quem deseja trabalhar por conta própria. De acordo com dados da Global Entrepreneurship Monitor(GEM), divulgada no Brasil pelo Sebrae, 60% da população tem o desejo de abrir a própria empresa. Somente neste ano, já foram abertos mais de 2,2 milhões de pequenos negócios – desses, 77,4% são microempreendedores individuais (MEI).

Melhores condições
O presidente do Sebrae lembra que os desafios globais atuais — como tensões políticas, mudanças climáticas e transformações digitais — tornam ainda mais difícil a sobrevivência dessas empresas. Problemas na cadeia de suprimentos, custos mais altos e mercados incertos colocam muitas empresas em risco.
“Para ajudar essas empresas a prosperar, políticas melhores e financiamento mais acessível são cruciais. O apoio à capacitação profissional, à inovação e a regras mais justas também pode fazer uma grande diferença”, afirma Décio Lima. E complementa: “Como muitos negócios ainda operam fora do sistema formal, facilitar o registro, o acesso a benefícios e o cumprimento das leis trabalhistas ajudará a criar melhores empregos e economias mais fortes”.
O Sebrae tem atuado fortemente junto à Frente Parlamentar Mista das Micro e Pequenas Empresas (FPMPE) para possibilitar melhores condições para os pequenos negócios. Um dos temas mais frequentes é a tramitação do Projeto de Lei Complementar (PLP) 108/2021, que prevê um novo teto de faturamento para o MEI – de R$ 81 mil para R$ 130 mil por ano – e aumenta a quantidade de empregados – o limite atual é de somente um.