O avanço da tecnologia tem impactado diversos setores da economia e criado oportunidades para empreender. É o caso da atividade de piloto de drone, veículos aéreos não tripulados (VANTs) acionados por controle remoto. A ocupação é umas 25 profissões consideradas em alta em 2024, segundo pesquisa feita pela rede social LinkedIn, especializada em relacionamento profissional.
Levamento feito pelo Sebrae com dados da Receita Federal mostra que tem crescido os registros de novos pequenos negócios nesse segmento de atividade (Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE – 7420-0/02). Em 2019, foram contabilizadas 617 novas empresas com essa classificação, sendo 577 microempreendedores individuais (MEI). Já em 2023, a Receita verificou a abertura de 765 pequenos negócios, com 683 registros de MEI. Neste ano, até o momento, 102 pequenos negócios já foram cadastrados, sendo grande maioria de microempreendedores individuais (87).
O uso de drones tem se popularizado em diversas áreas de mídia e entretenimento, agricultura, segurança, logística, engenharia, entre outras. “É o mercado criativo se reinventando e se inserindo nas novas tecnologias para acompanhar as tendências, com mais oportunidades para quem trabalha com audiovisual”, argumenta a coordenadora de Economia Criativa do Sebrae, Denise Marques.
Geralmente, o piloto de drone é alguém que atua no ramo audiovisual com habilidades técnicas no manuseio do equipamento. Como são consideradas aeronaves não tripuladas no país, as operações com drones são autorizadas e regulamentadas pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) – Veja mais abaixo.
Oportunidade
Em Brasília (DF), o jovem Gabriel Costa atua como filmaker independente há quatro anos. Foi durante a pandemia que ele descobriu a oportunidade de atuar na área. Ele conta que, à época, a crescente demanda por divulgação de vídeos na internet chamou atenção dele e de amigos.
Por iniciativa própria, Gabriel procurou cursos on-line para aprender e, com a prática, conseguiu se especializar. Além de filmagens de casamentos e festas, o profissional também faz serviços na área de engenharia e construção, cobertura de eventos esportivos e transmissões ao vivo, bem como imobiliárias e corretores de imóveis. “O uso de drones tem sido muito procurado pelos clientes. Eles sempre perguntam por essa opção, que tem sido o serviço preferido ultimamente”, comenta.
Devido à alta procura pelos serviços, Gabriel pretende se formalizar como Microempreendedor Individual no próximo mês. Segundo ele, é mais fácil abrir uma empresa pelo MEI e ter um CNPJ próprio dá mais credibilidade para o trabalho, além dos benefícios previdenciários. O jovem acrescenta que pretende se manter como profissional independente para ter liberdade para atuar em diferentes mercados e ter mais flexibilidade para contratações e viagens a trabalho.
Confira abaixo algumas dicas para quem quer começar no ramo:
- Tenha iniciativa
Atualmente é vasta a oferta de material e cursos on-line sobre como utilizar o equipamento, mas aposte na prática como a melhor maneira para aprender. - Não se prenda aos equipamentos profissionais
Um drone de menor porte ou semiprofissional é uma opção para quem quer começar. Em média, esses tipos de aparelhos oferecem bom custo-benefício. Os valores ficam em torno de R$ 4 mil a R$ 8 mil, a depender dos acessórios. - Busque experiência em diversos nichos
O uso de drones tem crescido muito, com possibilidades para atuação em diversos nichos. É muito comum em festas e eventos, mas também tem sido requisitado na agricultura, no setor imobiliário e da construção civil, na área de segurança e vigilância e até mesmo de entrega e logística. - Fique atento à legislação
As regras para operações civis de drones são regulamentadas pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Quando usadas para recreação e lazer ou para fins experimentais, comerciais ou institucionais, as aeronaves só podem ser operadas em áreas com distância limite de terceiros e cada piloto remoto só poderá operar um equipamento por vez.
Aeromodelos com peso máximo de decolagem (incluindo-se o peso do equipamento, de sua bateria e de eventual carga) de até 250 gramas não precisam ser cadastrados junto à ANAC. Aqueles que ultrapassem esses limites devem ser cadastrados e, se operado além da linha de visada visual ou acima de 400 pés do nível do solo, o piloto do aeromodelo deverá possuir licença e habilitação.