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Carne de Onça, comida típica de Curitiba (PR), recebe Indicação Geográfica

Reconhecimento foi publicado nesta terça-feira (20) pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial. Sebrae participou do processo de reconhecimento
Por André Luiz Gomes
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O prato típico Carne de Onça, da região de Curitiba (PR) – que nada tem de relação com a proteína do felino – teve o reconhecimento como Indicação Geográfica (IG) concedido nesta terça-feira (20) pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). O produto ricamente temperado e servido cru nos bares e restaurantes da capital paranaense recebeu o selo de Indicação de Procedência. No total, são 134 registros em todo o país, sendo 105 Indicações de Procedência e 29 Denominações de Origem, além de outras 10 estrangeiras.

“A Indicação Geográfica vai nos ajudar a proteger a receita, valorizar o produto e, com certeza, vai aumentar a geração de renda para os estabelecimentos de gastronomia da cidade”, ressalta o presidente da Associação Amigos da Onça, Sérgio Medeiros.

Hoje, inclusive, vai ter uma comemoração muito especial, é claro que em um dos bares participantes da associação para comemorar a importante conquista.

Sérgio Medeiros, presidente da Associação Amigos da Onça

A origem do nome “Carne de Onça” estaria no hálito forte – o “bafo de onça” – deixado pela carne crua ou pelo consumo da carne in natura que estaria próximo aos hábitos alimentares da onça. A base do prato é a broa de centeio, que também já conquistou Indicação Geográfica. A fatia da broa é coberta com carne moída bovina fresca, servida com cebola branca e cebolinha verde picadas, temperos, azeite extra-virgem, sal e pimenta a gosto.

Os primeiros registros do produto são da década de 1940, que se popularizou a partir da década seguinte. Atualmente a iguaria é servida em toda a capital. Desde 2014, ocorre o Festival de Carne de Onça, com a participação de diversos bares e restaurantes e traz impactos positivos na economia local, especialmente para o setor do turismo. Em 2016, a Carne de Onça se tornou Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial da Cidade de Curitiba.

De acordo com o presidente da Associação, a participação do Sebrae foi fundamental para que o registro fosse concedido. “Nós, enquanto associação, não conseguiríamos fazer toda essa documentação de forma correta, de forma técnica. Então, tivemos uma consultoria que ficou conosco por quase um ano”, afirma Sérgio Medeiros.

A coordenadora de Tecnologias Portadoras de Futuro do Sebrae, Hulda Giesbrecht, ressalta o potencial que a Indicação Geográfica pode proporcionar para a economia local. “A iguaria já tem relevância internacional, porque está entre 10 melhores pratos de carne crua do mundo. A Indicação Geográfica terá um papel de fortalecer ainda mais a reputação do produto e promover a abertura de novos mercados”, comenta.

Foto: Divulgação.

Indicações Geográficas

Com a Carne de Onça, o Paraná chega a 18 Indicações Geográficas. Soma-se ao produto, o urucum de Paranacity; cracóvia de Prudentópolis; mel de Ortigueira; queijos coloniais de Witmarsum; cachaça e aguardente de Morretes; melado de Capanema; cafés especiais do Norte Pioneiro; morango do Norte Pioneiro; vinhos de Bituruna; goiaba de Carlópolis; mel do Oeste do Paraná; barreado do Litoral do Paraná; bala de banana de Antonina; erva-mate de São Matheus; camomila de Mandirituba; uvas finas de Marialva e broas de centeio de Curitiba. O estado ainda possui 11 territórios vinculados a produtos típicos em análise pelo INPI.

As Indicações Geográficas (IG) são ferramentas coletivas de valorização de produtos tradicionais vinculados a determinados territórios. Elas possuem duas funções principais: agregar valor ao produto e proteger a região produtora.

O sistema de Indicações Geográficas promove os produtos e sua herança histórico-cultural, que é intransferível. Essa herança abrange vários aspectos relevantes: área de produção definida, tipicidade, autenticidade com que os produtos são desenvolvidos e a disciplina quanto ao método de produção, garantindo um padrão de qualidade. Tudo isso confere uma notoriedade exclusiva aos produtores da área delimitada.

  • IG; Indicação Geográfica;
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