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Programa Cidade Empreendedora já atendeu 1.794 municípios brasileiros

Iniciativa desenvolvida pelo Sebrae muda realidade do país a partir de parcerias com prefeituras e está alcançando 54,9% das micro e pequenas empresas ativas
Por Redação
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Ser parceiro dos municípios faz parte das ações do Sebrae há mais de 20 anos, visto que a entidade possui um largo histórico atuando com as prefeituras na implementação de políticas públicas, como a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa. A evolução natural deste trabalho junto as prefeituras municipais criou o Cidade Empreendedora, programa focado na atuação em rede para transformação do ambiente de negócios e territórios.

O Programa tem transformado a realidade local de diversos municípios brasileiros por meio de ações estratégicas em prol do desenvolvimento econômico e social. Organizado em 10 eixos de atuação, o Cidade Empreendedora contempla diversas temáticas como desburocratização, empreendedorismo nas escolas, fortalecimento de lideranças locais, incentivo à criação de salas do empreendedor, inclusão produtiva, gestão municipal e conscientização da importância de que compras governamentais priorizem os pequenos negócios.

Mauricio Tedeschi, coordenador nacional do Cidade Empreendedora, explica que o programa funciona como um hub de relacionamento do Sebrae com os governos municipais. “O que a gente faz com o Cidade Empreendedora é justamente conversar, se integrar e identificar todas as opções, metodologias e produtos que o Sebrae tem como um todo que interessem àquela localidade. Nós organizamos essas ofertas e levamos para a prefeitura de forma personalizada”.

Atuação nos municípios

Fabrício Lopes Rodrigues é Secretário de Desenvolvimento Econômico de Guanambi, na Bahia, responsável pela articulação do programa Cidade Empreendedora no município e pela criação da Casa do Empreendedor e de várias ações de fomento aos pequenos negócios. O município de quase 90 mil habitantes começou a receber o Cidade Empreendedora em 2021. Após avaliações das necessidades locais, Fabrício e sua equipe implementaram ações como o monitoramento das compras públicas, mudando editais para que focassem em maior consumo de produtos e serviços de pequenos negócios e, principalmente, microempreendedores individuais. O setor de agricultura familiar local foi o mais beneficiado com essa iniciativa.

“Eu sempre falo que o Sebrae é o parceiro número um de Guanambi e região. O que a tornou uma cidade empreendedora foi esse e outros projetos juntos ao Sebrae, os quais nós conquistamos três vezes consecutivas o Prêmio Cidades Empreendedoras do estado da Bahia”, conta Fabrício.

O Secretário já foi consultor do Cidade Empreendedora e afirma que esse é o programa onde o Sebrae consegue ter uma articulação mais direta e precisa porque se relaciona com o poder público. “É maravilhoso poder articular junto com as cidades, principalmente com essa parte de políticas públicas de empreendedorismo. Hoje, a gente consegue identificar gargalos que antes o poder público sozinho não conseguia. Por isso o Cidade Empreendedora impulsiona que o poder público se qualifique melhor”.

Esses resultados positivos também refletiram em Castro Alves, outro município baiano, com cerca de 27 mil habitantes. Tassia Ribeiro, agente de desenvolvimento e coordenadora da Sala do Empreendedor no território, conta que a iniciativa do Sebrae impactou e contribuiu bastante para o seu trabalho. “Nossas atividades passaram a ser mais sistemáticas e intencionais. Criamos organograma de atendimento ao MEI e mapeamos os principais empreendimentos interessados em participar de licitações. A consultora tratou diretamente com os demais setores envolvidos nas licitações do município, criando uma maior consciência da importância da compra no comércio local”.

A agente de desenvolvimento garante que o Cidade Empreendedora trouxe benefícios em diversas áreas do município, indo além da Sala do Empreendedor e mobilizando o setor de compras e as secretarias, como a de Agricultura.

“O Programa apontou não somente falhas, mas também como é possível e necessário realizar determinadas ações para a melhoria do ambiente de negócios do município, mostrando ainda caminhos para a sua concretização”, reitera.

A história de Sandro Luciano das Neves é exemplo de como essa iniciativa pode resgatar o fôlego de um pequeno negócio. O proprietário da Condor Pinturas conta que sua empresa de pintura predial teve uma queda drástica de rendimento durante a pandemia de covid-19, assim como muitas outras no país. Foi em janeiro de 2022 que Sandro conheceu o Compra Londrina, programa da prefeitura de Londrina que é um instrumento permanente de incentivo às micro e pequenas empresas por meio de participação em licitações de compras públicas.

O Compra Londrina é uma iniciativa criada a partir do Cidade Empreendedora e atende um dos eixos estratégicos mais importantes do Programa, o de compras governamentais, estimulando a prefeitura a contratar serviços de pequenos negócios e aquecendo a economia da cidade. “Antes nossa empresa fornecia mão de obra para empresa privada. Hoje, fornecemos para órgãos públicos. Vencemos uma licitação para pintar todas as escolas do município e distrito, e esse programa foi a chave para que ocorresse essa grande virada”, comemora Sandro. Um ano depois, a Condor Pinturas retomou o mercado muito mais fortalecida: “Se fossemos falar em capital de giro, acredito que estamos entre as três maiores do ramo no município”.

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