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Evento online com 1,8 mil pessoas marca a abertura do programa de inovação Catalisa ICT

O programa de inovação aberta, criado pelo Sebrae, vai proporcionar capacitação para que pesquisadores acadêmicos transformem seus estudos em negócios inovadores
Por Redação
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O Sebrae realizou nesta quinta-feira (25/3) a aula inaugural do Catalisa ICT, programa criado para capacitar mestres e doutores a transformarem suas pesquisas em negócios inovadores de base tecnológica. O encontro reuniu mais de 1.800 pessoas online no Youtube, entre elas o presidente do Sebrae, Carlos Melles; o diretor técnico do Sebrae, Bruno Quick; o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, além de pesquisadores e parceiros da iniciativa. Na abertura do evento, Melles declarou que o Sebrae busca tornar o Catalisa ICT um projeto contínuo de incentivo à inovação.

“O Catalisa vem para incentivar mestrandos e doutorandos, estimulando a criação de negócios de base tecnológica e alto valor agregado. O objetivo é provocar nos pesquisadores uma visão empreendedora da sua pesquisa. Vamos fazer com que eles pensem sobre o impacto do conhecimento gerado nas universidades na criação de novos negócios. Como o que é produzido na academia pode se tornar uma solução para os problemas da nossa sociedade? Essa é a questão. O Sebrae quer se tornar, cada vez mais, uma referência quando se fala em inovação no país. Nessa primeira rodada foram mil pesquisas selecionadas, queremos repetir o programa periodicamente, impulsionando a criação de soluções inovadoras para a sociedade”, anunciou o presidente do Sebrae.

O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, afirmou que o momento é muito oportuno para desenvolver o Catalisa ICT, pois através dos estudos acadêmicos são criadas as soluções inovadoras, que podem resolver diversos problemas sociais. “A ciência, tecnologia e inovação é uma área que sempre tem notícias muito boas. O Catalisa ICT é uma delas. Precisamos de inovação no país, especialmente nesse momento em que passamos por tantas dificuldades. Sem dúvidas, o Catalisa ICT vai acelerar o lançamento de startups no país”, disse.

A dimensão do Catalisa ICT e a diversidade das pesquisas que serão impulsionadas pelo programa foram destacadas pelo diretor técnico do Sebrae, Bruno Quick. “A iniciativa é a realização de um sonho para o Sebrae. A pluralidade de temas das pesquisas é enorme, isso vai chegar em diversas realidades do nosso país. Será um passo enorme, fruto da parceria da ciência com o empreendedorismo. Quando a ciência toca a vida, geramos a inovação. É justamente esse o cerne do Catalisa ICT vamos unir esses dois pontos”, refletiu Quick.

A aula inaugural do Catalisa ICT teve a participação de uma pesquisadora que virou empreendedora, e hoje, é presidente da Nanovetores Group, presente em mais de 46 países. A empresária Betina Zanetti contou um pouco da sua trajetória e tudo que vem aprendendo. “Quando comecei a vender e falar sobre nanotecnologia, em 2008, tive muita dificuldade em mostrar o que era isso. Eu costumo dizer que de lá para cá, as coisas mudaram, a empresa mudou de tamanho, mas continua enfrentando desafios. É preciso ter muita vontade, resiliência e foco no propósito”, indicou. Betina observou que há uma crença de que universidade e empreendedorismo são áreas que não se encontram. “Por muito tempo as pessoas acharam que a universidade não é lugar de fazer negócios. Temos que quebrar esse paradigma, o país está sedento por negócios de base tecnológica. A ciência e a tecnologia podem levar nossa economia para outro patamar”, incentivou a empresária.

O presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), Evaldo Vilela, também saiu em defesa da união entre ciência e empreendedorismo. “O conhecimento não pode acabar em uma pesquisa. Tudo que é aprendido nesses estudos precisa ser pensado e transformado em soluções, em negócios”, afirmou.

Líderes de instituições que apoiam o Catalisa ICT também participaram da aula, incentivando os pesquisadores a iniciarem a jornada de capacitação. O presidente da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), Francisco Saboya; o presidente do Fórum Nacional de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia (Fortec), Gesil Amarantes e o presidente do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo às Pesquisas (Confap), Odir Dellagostini, motivaram os pesquisadores a investirem tempo e estudo no desenvolvimento dos seus planos de negócios. Na sequência, o gerente de Atendimento ao Cliente do Sebrae, Ênio Pinto, falou sobre atitude empreendedora. Por fim, houve uma sessão de tira-dúvidas com os pesquisadores que fizeram as perguntas em tempo real.

Números do Catalisa ICT

O programa selecionou mil pesquisas de todas as regiões brasileiras, nas mais diversas áreas de atuação. Durante dois meses, mestres e doutores serão capacitados a criarem planos e projetos de pesquisa, que resultem na criação de negócios inovadores e na transferência de tecnologia. A analista de Gestão de Marketing do Sebrae, Andrea Sekeff, apresentou alguns números que mostram a dimensão do Catalisa ICT para o país. “Das mil pesquisas selecionadas, teremos 2,8 mil pesquisadores capacitados, 270 planos de negócios criados e 135 novas empresas em pleno funcionamento. 23% das pesquisas são voltadas a resolverem problemas de saúde, isso é muito significativo, especialmente para o momento que estamos vivendo”, observou Sekeff. A participação de pesquisadoras do gênero feminino também foi expressiva, 42% das pesquisas selecionadas são feitas por mulheres.