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Dia do Artesão: Ana Cristina, da Fulô.A, vive de artesanato e ajuda a perpetuar cultura do bordado e

Foi fazendo e vendendo acessórios que a artesã criou suas filhas e hoje contribui com o sustento de 29 famílias da região
Por Redação
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O artesanato alagoano tem transformado a vida de muitos artesãos e artesãs alagoanas. Em comemoração ao Dia do Artesão, o Sebrae Alagoas traz a história de uma dessas artesãs que inspiram muitas outras e ainda dá oportunidade para que pelo menos outras 29 tenham uma vida melhor. Estamos falando de Ana Cristina dos Santos, da Fulô.A. Com o apoio do Sebrae Alagoas, ela, que nasceu no Riacho do Pedro, zona rural de Penedo e borda desde os 17 anos, entrou para a história e foi a primeira artesã alagoana a se formalizar como Microempreendedora Individual (MEI) no dia 10 de março de 2010.

Foi produzindo acessórios, vestuário e peças de decoração com a utilização do bordado que Ana Cristina conseguiu sustentar a mãe e as duas filhas ao ficar viúva aos 20 anos de idade. Atualmente, sua filha Anne Karoline, de 24 anos, é formada em Administração e trabalha na gerência de artesanato do Estado. Já Julliane, de 22, é fonoaudióloga.

“Com o artesanato, levei o sustento para minha família. Hoje, minha maior conquista, além de bens materiais, é ver minhas duas filhas formadas e trabalhando. Essa foi a minha maior conquista. Viver da minha arte é sempre um grande desafio, pois temos que nos reinventar constantemente, mas é extremamente gratificante e tudo que eu sempre sonhei”, revela.

Hoje, aos 41, Ana Cristina celebra as conquistas a partir da abertura da Fulô.A, em 2012, por meio de consultorias do Sebrae. Segundo ela, outras principais conquistas foram a expansão do negócio e as oportunidades de emprego para outras mulheres que são preparadas para repassar sua arte às próximas gerações.

“Até então, a empresa só era formada por mim e minha filha, mas por conta da demanda do mercado, tive que expandir meus negócios formando um grupo produtivo, que hoje conta com mais de 29 famílias do povoado onde nasci. Esse fato foi muito importante porque eu realizei o repasse do bordado para minhas bordadeiras. Tenho muito orgulho disso e elas me consideram uma mestra artesã”, afirma.

Capacitações e a pandemia

Ana Cristina destaca algumas consultorias e capacitações que ajudaram a Fulô.A a mudar de patamar e a enfrentar a pandemia. “Eu falo que a consultoria da minha vida foi a de design por ter conseguido colocar minha identidade em minhas peças, além de outras como as de atendimento ao cliente e formação de preço. Mas, em específico, a consultoria de design mudou minha vida”, pontua.

No início da pandemia, Ana Cristina precisou se reinventar, já que as vendas eram feitas apenas de forma presencial em feiras e eventos. Mas foi nesse momento difícil que ela expandiu a atuação na internet por meio do Instagram (@fulo.a), com o apoio do Sebrae Adapte e vendeu para clientes de quase todos os estados do Brasil e até para outros países. Ela considera a pandemia como um divisor de águas.

“No primeiro mês eu fiquei muito assustada com tudo, mas depois eu alavanquei meu Instagram. Com isso, eu nunca trabalhei tanto em toda a minha vida. Para dar conta dos pedidos, tive que aprender a costurar, me adaptei ao que o mercado estava procurando e comecei a fazer máscaras bordadas. No país, só não enviei para o Acre, mas cheguei a enviar até para fora do Brasil”, conta.

Atualmente, a Fulô.A participa de eventos de comercialização do Programa Alagoas Feita À Mão (programa do Governo de Alagoas), em uma loja no Parque shopping Maceió, mas não tem loja própria. Por isso, a maioria das vendas são realizadas em feiras, eventos e na internet. Mas, vislumbrando um futuro ainda melhor, Ana Cristina já projeta a abertura de um espaço físico.

“Agora, estamos analisando o mercado e vendo novas possibilidades. Uma delas é ter um espaço. Nossos planos são expandir nossa empresa e focar nas redes sociais”, conclui.

Mensagem aos artesãos alagoanos

Com o Dia do Artesão chegando, Ana Cristina deixa uma mensagem de esperança para os seus colegas. “Esses últimos dois anos estão sendo anos de aprendizado e renovação, mas temos que acreditar que o próximo será melhor. Viver da arte sempre foi um desafio, mas temos que acreditar em nossa capacidade, sempre buscando nos reinventar e ter muita fé. Da mesma forma que eu consegui, vocês também são capazes, é um caminho longo com muita luta, mas é possível. Espero que tenhamos vivido cada situação como um novo aprendizado para que, no próximo ano, possamos comemorar nosso dia juntos”, finaliza Ana Cristina.