O empreendedorismo brasileiro está em festa. Entre 14 e 20 de novembro será celebrada a 15ª edição da Semana Global do Empreendedorismo. A iniciativa, que no Brasil é coordenada desde 2018 pelo Sebrae, vem batendo sucessivos recordes, tornando o país líder mundial dessa ação à frente de outros 180 participantes. Com a coordenação do Sebrae, a SGE já mobilizou cerca de 3,5 milhões de pessoas, somente nos últimos quatro anos, e conquistou sete premiações internacionais. Este é o segundo ano de vigência da Lei que integrou a Semana Global ao calendário nacional, com o objetivo de desenvolver, em todo o território nacional, palestras, debates, seminários e outros eventos e atividades para contribuir com o fortalecimento e disseminação da cultura empreendedora no país.
Em 2022, a Semana Global do Empreendedorismo traz como tema central o papel da atividade de empreender como estratégia para a inclusão de grupos mais diretamente impactados pela crise econômica gerada pela pandemia, em especial, as mulheres, os empreendedores negros e os mais jovens. A escolha se deu a partir de resultados apontados pela pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), referência mundial sobre o empreendedorismo. Segundo o levantamento realizado em 2021, o impacto econômico dos últimos dois anos ampliou as desigualdades entre homens e mulheres e entre brancos e negros no empreendedorismo.
De fato, além de uma proporção maior de empresárias ter sido empurrada para fora dessa atividade, o levantamento patrocinado pelo Sebrae mostra que aquelas que permaneceram com suas empresas em operação tiveram perdas econômicas mais severas. Esse fenômeno também se repetiu na comparação entre empreendedores negros e brancos. Às vésperas da data que marca a luta contra o racismo e pela redução das desigualdades que atingem esse contingente da população, um estudo do Sebrae mostra que caiu o percentual de empresários negros entre os adultos economicamente ativos e que eles estão sendo motivados a abrir um negócio – predominantemente – pela necessidade. Além disso, o levantamento revela que as diferenças de remuneração e escolaridade entre os dois grupos foram acentuadas entre 2018 e 2021.
Nesta semana, que será marcada por milhares de atividades em todos os cantos do país, o Sebrae e seus parceiros (Aliança Empreendedora, Anjos do Brasil, Anprotec, Artemisia, Brasil Júnior, Conaje, Endeavor, Junior Achievement, a Rede Mulher Empreendedora e mais centenas de instituições engajadas no movimento) querem celebrar as conquistas alcançadas pelas pequenas empresas brasileiras e convidar à reflexão sobre os desafios que ainda temos a enfrentar nos próximos anos. Queremos ainda ampliar a consciência de todos sobre o papel fundamental do empreendedorismo como promotor da inclusão social e da igualdade de oportunidades. Não podemos perder de vista que as MPE têm sido responsáveis, nos últimos anos, por sete em cada 10 novos empregos gerados no país e que 86 milhões de brasileiros (40% da população), vivem direta ou indiretamente pela atividade dessas empresas.
Por outro lado, ainda precisamos avançar na implementação de políticas públicas que melhorem o ambiente de negócios, reduzam a burocracia e elevem a competitividade dos pequenos negócios com o desenvolvimento de inovação e tecnologia. As micro e pequenas empresas deram, ao longo das últimas décadas, repetidas provas de que serão capazes – com o devido apoio – de dar as repostas de que o país precisa para alcançarmos um novo patamar de desenvolvimento, com mais emprego e renda para todos.