Em apenas dois dias de funcionamento, a nova rodada do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) já contabilizou quase 46 mil operações de crédito no Brasil inteiro, chegando a aproximadamente R$ 5 bilhões. Os dados são do Fundo de Garantia de Operações (FGO), administrado pelo Banco do Brasil, e compreendem os registros até essa terça-feira (26).
A nova etapa do Pronampe foi aprovada em maio deste ano e passou a valer a partir do último dia 25. Nesse ciclo, os empreendedores poderão contratar o crédito em bancos habilitados até 31 de dezembro de 2024. Estima-se que a nova fase do Pronampe possa garantir até R$ 50 bilhões em operações de crédito para as micro e pequenas empresas, incluindo os microempreendedores individuais (MEI).
Os estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná lideram as contratações de crédito, com valores de R$ 997,2 milhões, R$ 496,4 milhões e R$ 381,4 milhões, respectivamente. Ao todo, 45.909 empresas buscaram o financiamento, sendo 9.339 paulistas, 4.814 mineiras e 3.570 paranaenses.
O balanço até o momento mostra que as pequenas empresas comandam a busca por empréstimo, com 29.450 operações contratadas, ultrapassando os R$ 4 bilhões. Já as microempresas realizaram 16.459 operações, que totalizaram mais de R$ 831 milhões. O Banco do Brasil foi o mais procurado pelos empresários na hora de buscar financiamento, com quase 80% das operações. Caixa Econômica Federal, Sistema de Crédito Cooperativo (Sicredi), Banco do Nordeste (BNB), Itaú, entre outros, também disponibilizam a opção para os clientes.
O coordenador de Acesso a Crédito e Investimentos do Sebrae, Giovanni Beviláqua, comenta o resultado robusto em tão pouco tempo. “Além da demanda por crédito por parte das empresas, acredito que o volume tão significativo se deveu à experiência adquirida pelo FGO e pelas instituições financeiras já conveniadas com a operacionalização e execução dos processos desde 2020, além da divulgação dos requisitos necessários pela Receita Federal, no último dia 30 de junho, o que permitiu que as empresas se preparassem para fornecer as informações necessárias e, assim, agilizar as liberações dos empréstimos”, esclarece.
Condições diferenciadas
A taxa máxima de juros a ser cobrada dos empreendedores no âmbito do Pronampe será igual à taxa Selic (atualmente em 13,25% ao ano), acrescida de 6%, isto é, aproximadamente 19,25% ao ano, com prazo total máximo para o pagamento de 48 meses, sendo o máximo de carência de 11 meses e mais 37 parcelas para pagamento.
Segundo o especialista do Sebrae, a proposta do Pronampe é mais interessante do que a de outros financiamentos do mercado. “As condições do Pronampe são bem atrativas para os pequenos negócios que realmente precisem de crédito. O prazo de até 48 meses, com 11 de carência para pagar, dá fôlego para os fluxos de caixa das empresas e permite um planejamento mais cuidadoso”, defende. Além dos juros que, de acordo com Giovanni, são cerca de metade da taxa média de juros que está sendo cobrada dos pequenos negócios, o que torna, o crédito no âmbito do Pronampe bem mais em conta se comparado com outras linhas disponíveis.
O financiamento pode ser utilizado para investimentos, como adquirir máquinas e realizar reformas, e para capital de giro, como pagamento de salário dos funcionários e contas como água, luz e aluguel. Para Beviláqua, o Pronampe chega em boa hora. “Por causa da retomada das atividades econômicas, as empresas, em muitos casos, precisam de capital de giro para financiar suas operações e de recursos para o financiamento de investimentos, como compra de máquinas ou reformas para o aumento de produção.”