A culinária amazônica traduz a força da floresta em sabores que carregam identidade, tradição e biodiversidade. Reforçando esse potencial, o Sebrae lançou, nesta quarta-feira (26), o Polo de Referência em Gastronomia da Amazônia, com sede no Sebrae Amapá. O evento de lançamento foi realizado na sede nacional da instituição, em Brasília, e reuniu convidados para uma degustação de pratos típicos da região.
A iniciativa nasce com o objetivo de posicionar a gastronomia amazônica como vetor estratégico de desenvolvimento econômico, social e ambiental, valorizando a biodiversidade, os saberes tradicionais e impulsionando oportunidades para pequenos negócios ligados à cadeia produtiva de alimentos. O Polo propõe fortalecer a identidade cultural brasileira e ampliar a presença da culinária amazônica no cenário nacional e internacional.

O Sebrae Amapá foi escolhido como guardião para coordenar e sediar as ações com foco na valorização da biodiversidade amazônica.
“Esse polo será uma referência para a gastronomia do Brasil e do mundo, e tenho certeza de que irá gerar empregos e renda para o povo da nossa Amazônia, esse grande bioma tão fundamental para o país”
Décio Lima, presidente do Sebrae Nacional
Ele destacou, ainda, os esforços do presidente do Conselho Deliberativo Estadual do Sebrae no Amapá (CDE), Josiel Alcolumbre, e do ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, para a concretização do projeto.
O Polo busca dar visibilidade à gastronomia da Amazônia e ao uso sustentável da biodiversidade na alimentação. “A gastronomia tem a ver com afetividade, com produtos locais, desenvolvimento das comunidades que preservam a floresta de pé. O Sebrae Nacional, por meio da nossa Diretoria Técnica, fez uma grande parceria”, ressaltou Margarete Coelho, diretora de Administração e Finanças do Sebrae Nacional.

Na avaliação do ministro Waldez Góes, a gastronomia amazônica é ancestral e futurista, e sinônimo de inclusão e de desenvolvimento para o Amapá e toda região amazônica.
“A experiência de hoje nos mostrou, na prática, como os sabores da Amazônia carregam identidade, memória e potencial econômico, reforçando a culinária regional como um patrimônio vivo e estratégico para o desenvolvimento sustentável”
Waldez Goés, ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional
Já o diretor técnico do Sebrae Nacional, Bruno Quick, destacou o lançamento do Polo como uma estratégia nacional para fortalecer a economia a partir da culinária regional. Segundo ele, a iniciativa nasce no Amapá, mas integra uma rede articulada em todo o país, com protagonismo do Norte.
“A culinária é estratégica porque movimenta turismo, produção local e mais de 50 setores da economia. O Peru, por exemplo, mostrou ao mundo como transformar a gastronomia em marca-país, e nós vamos ter restaurantes amazônicos espalhados pelo mundo”, afirmou. Para Quick, a proposta é transformar a cultura alimentar amazônica em vetor de desenvolvimento sustentável, conectando comunidades, empreendedores e cadeias produtivas em torno de uma economia baseada na floresta em pé.

Também estiveram presentes no lançamento a superintendente do Sebrae no Amapá, Alcilene Cavalcante; o vice-governador do Estado do Amapá, Teles Júnior, e representantes do Sebrae de todos os estados. A cerimônia também foi prestigiada pelo presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, e pelo presidente da Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra), Jamal Jorge Bittar.
Conheça a Amazônia pelo Prato
O lançamento do Polo foi marcado por uma experiência sensorial e gastronômica que convidou os participantes a vivenciar a Amazônia por meio dos sentidos — aroma, textura, cores e sabores que traduzem a biodiversidade e a ancestralidade da região. O cardápio, assinado pelos chefs Alessandra Bitencourt, Flora Dias, Socorro Azevedo, Manoel Maciel e Jucicley Gomes, apresentou uma curadoria de ingredientes nativos e técnicas contemporâneas, transformando o almoço em uma verdadeira imersão cultural.

“Mais do que uma degustação, a proposta foi conectar o público às histórias, territórios e cadeias produtivas que fazem da gastronomia amazônica um patrimônio vivo e um vetor de desenvolvimento sustentável”, explicou Josiel Alcolumbre.
O menu incluiu entradas como ceviche de gurijuba e casquinha de caranguejo, seguidas de pratos com filhote ao tucupi e jambu, pescados e camarões regionais, além de sobremesas que valorizam insumos amazônicos, como cupuaçu, tapioca e açaí.

