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Empreendedorismo e potência negra no Afropunk 2025

Sebrae levou pequenos negócios à 5ª edição do festival em Salvador
Por Pedro Soledade
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Joias em prata com motivos que remetem à cultura negra, baiana e nordestina. Essa é a proposta da empreendedora Maia Santos, responsável pela marca Vistosa, uma das 10 selecionadas pelo Sebrae para expor no Afropunk Brasil, festival realizado em Salvador, nos dias 08 e 09 de novembro.

“Eu venho aqui com bastante referência sobre a regionalidade, do que seria a Bahia, o Nordeste e, claro, nossa ancestralidade! Então, nada mais acertado do que a Vistosa fazer parte desse momento tão especial para a cultura preta”, celebrou a empreendedora.

Mais que um festival, o Afropunk se caracteriza por formatar um território diverso de identidade, criatividade e pertencimento. São 20 anos de estrada e já consolidado como o maior movimento global de celebração da cultura negra, voltado a provocar diálogos e impulsionar futuros. Por isso, o evento se conecta com a vivência de empreendedoras como Maia.

“Vistosa é uma marca com raízes e afetos. Minha jornada empreendedora não foi fácil, ela começou como sobrevivência, mas, hoje, minha marca, com a ajuda do Sebrae também, já tem uma potência, já tem força no mercado e vem ganhando cada dia mais espaços como esse”, ressaltou.

Stand da Negrif no Afropunk | Foto: Divulgação

A Negrif, marca de moda afro da designer e empresária Madalena Silva, a Madá, também brilhou no stand montado pelo Sebrae para o festival. Como salientou a representante Nereide dos Santos, o Afropunk é uma grande vitrine para conectar os valores do empreendimento ao público. “A Negrif vem ao Afropunk trazendo para cá a identidade do ser humano que precisa vestir e ser ousado, mantendo a autenticidade. A gente está promovendo uma pintura exclusiva e criações próprias”, definiu.

Além de Vistosa e Negrif, integraram a ação do Sebrae as marcas Amuu, Marargila, Quessi Paz Atelier, NegraLu, RRSS, Jack Diva Black, NegaLu Acessórios e Instituto Yalodê, todas participantes da Feira das Pretas. Ainda no espaço projetado pela organização, o público foi recepcionado com um quiz interativo sobre afroempreendedorismo e brindes exclusivos.

Para a analista do núcleo de experiência da marca do Sebrae Nacional, Jassana Chagas, a presença do Sebrae pelo segundo ano no festival reafirma a importância do afroempreendedorismo para o Brasil. “É um público muito importante e ainda sub-representado. Por isso, o Sebrae, como marca, precisa dar palco e prioridade para essas pessoas e mostrar que é um segmento essencial e que tem um peso grande no empreendedorismo”, avaliou.

A gestora nacional de Afroempreendedorismo no Sebrae, Fau Ferreira, complementa. “Temos 16 milhões de pessoas negras empreendendo no Brasil. Então, é uma grande oportunidade para o Sebrae fortalecer a ideia de que está de portas abertas para esse público. É por isso que a gente vem se posicionando, participando de festivais e eventos voltados para o público negro, para que eles entendam que o Sebrae também é uma casa para eles e que eles podem aproveitar para desenvolver cada vez mais seus negócios”, analisou.

Stand da Vistosa | Foto: Divulgação

Protagonismo da cultura negra

A programação do Afropunk Brasil 2025 reuniu mais de 30 atrações em cerca de 26 horas de celebração da cultura negra, tendo a diversidade musical como fio condutor. Nomes nacionais e internacionais se misturam no palco do evento realizado no Parque de Exposições da capital baiana, que contou com atrações como Jorja Smith, Liniker, Péricles e Baiana System.

Fora dos palcos, o evento abraça arte, moda, performance e um ambiente de encontro para a comunidade celebrar e se conectar. Por isso, o empreendedorismo ganhou merecido destaque, na avaliação da gestora do programa Sebrae Plural na Bahia, Rosângela Gonçalves.

“O Festival Afropunk é um fenômeno cultural mundial. São pessoas de 28 países diferentes. O Sebrae estar aqui, marcando território e podendo ter nossas empreendedoras, representa oferta de oportunidade de crescimento. 70% das empreendedoras baianas são mulheres negras. E hoje, junto com a cultura, a gente também celebra o empreendedorismo delas. Isso aqui é acesso ao mercado, é o diferencial”, comemorou.

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