Proteger a biodiversidade e permitir um modelo de negócios mais sustentável. Com esses ideais em comum, o Sebrae vai atuar mais ativamente na estratégia de cooperação bilateral entre Alemanha e Brasil. O Sebrae apoia diversos projetos na região, como o Vitrine no Baixo Amazonas e na COP30, sediada em Belém (PA).
Trata-se de um projeto estruturante com foco no bioma amazônico, que visa posicionar o Baixo Amazonas como uma vitrine nacional e internacional de soluções sustentáveis, inclusivas e inovadoras. O modelo vem sendo construído com potencial para ser replicável e escalável em diferentes biomas e territórios do Brasil, contribuindo para uma nova lógica de desenvolvimento que alia conservação ambiental, valorização dos saberes locais e geração de renda.
Esse modelo se estrutura em três eixos principais:
- Inovação nascida da floresta: estimula o surgimento de startups e negócios inovadores que utilizam a biodiversidade amazônica como base para desenvolver soluções ousadas, tecnológicas e sustentáveis;
- Fortalecer quem já está liderando o caminho: reconhece e apoia empreendimentos da bioeconomia que já atuam na região e estão prontos para ampliar seu impacto, por meio de qualificação técnica, acesso a mercado e ampliação de escala;
- Transformar empreendedores locais: promove a transição de negócios tradicionais para práticas mais sustentáveis, resilientes e verdes, contribuindo para a geração de valor com base na floresta em pé.
O polo de bioeconomia na região também recebe apoio de iniciativas do governo alemão, tanto em inovação tecnológica quanto no fortalecimento dos mercados tradicionais da bioeconomia e na economia circular.
Nós participamos de vários projetos junto com o governo federal, como o Potencialize de Energia, o Promec de Economia Circular e vários outros, seja com o sistema Senai ou com o sistema S. A ideia de ser mais ativo e mais estratégico é construir uma agenda comum direto com a cooperação alemã junto à Agência Brasileira de Cooperação.
Gustavo Cezário, assessor do Gabinete da Diretoria Técnica do Sebrae.
Entre as convergências mapeadas, estão os projetos Green Destinations, Transição Energética e Descarbonização. “Nesse momento, a grande convergência, a grande janela de oportunidade é a COP30, onde o assunto de bioeconomia, de Nature Based Solutions, é uma prioridade para os dois países e é foco de atenção do Sebrae”, analisa Gustavo.

Futuro compartilhado
O Sebrae também vai mapear oportunidades para financiamento adicional de projetos em execução, o chamado “matchfunding”: para cada um real financiado para um projeto, o Sebrae coloca outro real para complementar o investimento. O foco mais imediato é aproveitar a oportunidade da COP30 para mobilizar parceiros internacionais.
Essa é uma forma de fazer entregas às pequenas empresas da região. E, neste caso, é um recurso da cooperação alemã, diretamente voltado para as pequenas empresas do Baixo Amazonas e outras áreas que já estão em projeto.
Gustavo Cezário, assessor do Gabinete da Diretoria Técnica do Sebrae.
Projeto Vitrine
O projeto Vitrine Bioma Amazônico busca implementar um novo modelo de desenvolvimento econômico na Amazônia, ao integrar investimentos com iniciativas sustentáveis da região. O objetivo é potencializar o ambiente de negócios no Baixo Amazonas em uma perspectiva de mutualismo com a floresta, valorizando a biodiversidade, os saberes tradicionais e a inovação.
O Sebrae promove, em parceria com o Sebrae Pará e as demais unidades da região, ações nos municípios de Belterra, Santarém, Mojuí dos Campos e no Distrito de Alter do Chão, no estado do Pará. As iniciativas apoiadas na região abarcam diversos setores econômicos, como o turismo, o design, a gastronomia, a moda e a ciência baseada nos recursos naturais.

Cooperação Brasil-Alemanha
A Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável é uma ação que teve início com o diálogo entre o governo alemão e pequenas cooperativas brasileiras nos anos 1960 e 1970. Ao longo das décadas, formou-se uma parceria sólida entre os dois países, com atuação de governos, da iniciativa privada e da sociedade civil.
Um dos pilares da Cooperação está na proteção e no uso sustentável dos recursos naturais brasileiros, além da busca de novas formas de desenvolvimento, capazes de proteger o clima e contribuir com o equilíbrio dos ecossistemas no planeta. A capacidade singular do Brasil em produzir energia limpa também coloca o estímulo às fontes renováveis e à eficiência energética no centro dessa parceria.