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Educação empreendedora prepara os estudantes para lidarem com a incerteza

A professora Saras Sarasvathy participou do segundo dia do Seminário ConheCER e falou sobre o empreendedorismo como estratégia para desenvolver habilidades fundamentais em crianças e jovens, como a capacidade de resolver problemas
Por Redação
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“O mundo sempre foi incerto. Até as coisas que acreditamos poder prever também escapam ao nosso controle. A pandemia confirmou isso. O que nós, seres humanos, podemos fazer diante da imprevisibilidade do mundo é trabalhar com estratégia e, com isso, construir novos futuros. E esse é o papel da Educação Empreendedora”. A professora Saras Sarasvathy, abriu a jornada de palestras do último dia do Seminário ConheCER, nesta sexta-feira (29), falando sobre o tema do empreendedorismo como método de transformação de vidas e das sociedades. A iniciativa do Sebrae promoveu, durante dois dias, um espaço de troca e aprendizado para profissionais da educação envolvidos com a difusão da educação empreendedora no Brasil.

Saras é professora da Universidade Darden, em Virginia (EUA), e criadora da teoria Effectuation. A proposta de educadora é que o ensino do empreendedorismo deve ser levado a todas as pessoas e não apenas a quem pretende abrir um negócio. “Nós ensinamos ciência para todos os alunos da escola e não somente para aqueles que querem seguir uma carreira como cientista. Então, por que não fazer o mesmo com o empreendedorismo?”, questiona. “As habilidades empreendedoras não se prestam unicamente ao mundo dos negócios, mas para a vida. Elas capacitam os estudantes a resolverem problemas, a desenvolverem novas soluções, a melhorarem sua capacidade de diálogo, entre outras competências”, complementa Saras Sarasvathy.

“Nós podemos ensinar todas as disciplinas do currículo escolar através do método do empreendedorismo. O aluno pode não estar interessado na matemática, por exemplo, mas quando ele vê esse conhecimento aplicado a algo com o qual ele se identifica, o conteúdo passa a fazer sentido”, comenta Saras. A educadora compartilhou com o público do Seminário a experiência realizada no sistema de ensino da Índia, onde um professor de história convidou os alunos a pensarem em uma situação hipotética, onde eles deveriam abrir uma empresa no país, no período histórico do século XVIII. “Em lugar de ensinar a história da Índia de uma forma convencional, nós fazemos isso através de um exercício onde eles precisam fazer uma ampla pesquisa sobre o que seria possível fazer no país daquele século. Que tipo de empresa seria viável abrir? Quais as leis naquele momento? Como a sociedade se organizava? Isso faz a aula muito mais dinâmica e interessante”, exemplifica a professora.