Na base do Sebrae Startups, o Brasil possui mais de 18 mil startups, em 1.413 cidades do país. E, segundo levantamento do Sebrae, 31% dessas iniciativas possuem uma mulher como fundadora. Em 2023, esse número era de apenas 8,65%. O empreendedorismo feminino pode crescer ainda mais e já conta com o apoio desta plataforma.
Em todo o Brasil, políticas públicas e programas específicos voltados para a promoção do empreendedorismo feminino incentivam mais mulheres no setor. O Sebrae Startups é um deles, com ofertas de capacitação, mentorias e facilitação ao acesso a crédito para diversos empreendimentos baseados em inovação.
O Sebrae acredita no potencial transformador das mulheres no ecossistema de inovação. Com iniciativas que chegam a todas as regiões do Brasil, incentivamos e apoiamos founders mulheres para que suas startups cresçam, se destaquem e impactem positivamente a economia.
Cristina Mieko, head de startups do Sebrae.
Preconceito ainda presente
Um exemplo desse apoio pode ser observado na Carefy, uma healthtech que usa inteligência artificial para otimizar auditorias médicas, reduzindo fraudes e desperdícios no setor de saúde. A plataforma atende grandes empresas do setor, como Porto Seguro Saúde e Hapvida.
Mesmo assim, a fundadora da empresa, Erika Monteiro, passou por algumas dificuldades no começo por ser uma mulher empreendedora. “O preconceito no mercado muitas vezes não é explícito, mas se manifesta nos detalhes. Como uma jovem mulher, já enfrentei situações desconfortáveis, especialmente em ambientes onde minha liderança não é esperada”, afirma.
Com o tempo, esse processo de posicionamento se tornou mais natural, graças ao apoio de mentoras e à prática diária de me posicionar com assertividade.
Erika Monteiro, fundadora da Carefy.
A fundadora da startup Maneje Bem, Juliane Blainski, enfrentou um preconceito mais explícito. “O setor do agro ainda é predominantemente masculino, e isso se reflete em diversas situações, desde reuniões onde minha experiência era questionada até dificuldades para acesso a investimentos. Já participei de conversas onde só acreditaram na minha empresa depois que um homem do time repetiu o que eu havia dito antes”, conta.

Superação e reconhecimento
O cenário no mercado tem dado sinais de mudança, com mais mulheres liderando startups e criando redes de apoio. “Um ótimo exemplo disso é a ‘Máfia do Moscatel’, criada pelas fundadoras da Gupy, que tem se tornado uma forte rede de sororidade, apoiando mulheres empreendedoras”, lembra Erika Monteiro.
Além do impacto que gerou para o setor de auditorias médicas, a Carefy foi reconhecida em várias premiações. Além de estar entre as 100 Startups to Watch pela Pequenas Empresas, Grandes Negócios, a empresa está no Top 10 Healthtechs no ranking da 100 Open Startups.
No caso de Maneje Bem, a empresa esteve listada em 2022 e 2024 na 100 Startups to Watch e figura no Top 10 Agritech do 100 Open Startups por quatro anos consecutivos. Juliane Blainski também conquistou o 3º lugar no Prêmio Sebrae Mulher de Negócios na categoria Tecnologia e Ciências, em 2024.

Acesso a crédito
Segundo a head de startups do Sebrae, Cristina Mieko, o mercado está construindo um ambiente mais diverso, inclusivo e inovador, onde o protagonismo feminino é cada vez mais reconhecido e valorizado. E iniciativas de apoio do Sebrae, como o programa Sebrae Delas e Acredita, atuam também na promoção da inclusão financeira, o acesso a crédito e a disseminação da educação financeira para empreendedoras.
A ação permite que pequenos negócios liderados por mulheres tenham melhores opções na aquisição de empréstimos em instituições financeiras, com o aval do Fampe para 100% do valor nas operações de crédito voltadas para o público feminino.