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Experiências empreendedoras são compartilhadas durante primeiro dia do Transformar Juntos

Exemplos de Cidades Empreendedoras e de atividades produtoras de futuro foram assunto de painéis promovidos na parte da tarde
Por Redação
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Do Nordeste ao Sul do país, o Sebrae tem apoiado, cada vez mais, o desenvolvimento das Cidades Empreendedoras. O programa, que nasceu em Santa Catarina, hoje já atinge 2,8 mil municípios e os casos de sucesso são muitos. Alguns deles foram apresentados durante o Transformar Juntos, evento de capacitação, voltado a gestores públicos, que ocorre em Brasília/DF, até a próxima quinta-feira (11).

Esse crescimento mostra a assertividade da iniciativa, a conexão com os desafios e as necessidades da gestão, mas também mostra que temos um grande desafio pela frente, pensando nas gestões que começam agora e vão até 2028.

Mauricio Tedeschi, coordenador na Unidade de Desenvolvimento Territorial do Sebrae

Ele contextualiza que o projeto foi criado pelo Sebrae Santa Catarina e, com a nacionalização, já conta com bastante capilaridade. É também do estado catarinense que veio uma das iniciativas compartilhadas na tarde desta terça-feira.

Florianópolis é destaque pelo projeto “Dash um banho, Floripa!” que conquistou para capital o reconhecimento do Sebrae como Prefeitura Empreendedora, neste ano, na categoria Cidade Empreendedora, ao comprovar resultados em dez eixos estratégicos do programa – Gestão Municipal, Lideranças Locais, Desburocratização, Sala do Empreendedor, Compras Governamentais, Empreendedorismo na Escola, Inclusão Produtiva, Marketing Territorial e Setores Econômicos, Cooperativismo e Crédito, e Inovação e Sustentabilidade.

Topázio Neto, prefeito de Florianópolis. Foto: Marina Gadelha

Estamos há muito tempo no programa, mas longe do nível que a gente espera. O bom é que conseguimos iniciar e dar sequência a cada um desses eixos. Agora é reforçar, aperfeiçoar e manter.

Topázio Neto, prefeito de Florianópolis

O gestor afirma que acompanha e compara o seu município com outros casos que se destacam no programa, sempre vendo o que pode “copiar, aperfeiçoar e tropicalizar” para o modelo da sua cidade. Topázio afirma que o Cidade Empreendedora é um projeto que traz como legado uma preocupação muito maior do que com a próxima eleição, mas sim com a próxima geração.

Para ele, este é o “maior trabalho que o Sebrae está fazendo no país” e avalia que o apoio do Cidade Empreendedora impacta diretamente em municípios mais organizados. “Independentemente do prefeito, vai acabar organizando a vida daquela comunidade, dos empreendedores daquela cidade que, no fim do dia, são quem fazem a cidade crescer”, conclui.

Na outra ponta do país está Indiaroba (SE), município de 15 mil habitantes que está na divisa de Sergipe com a Bahia. É lá que nasceu o 1° Banco Municipal do Norte/Nordeste do Brasil, o Banco Popular de Indiaroba. Junto com a moeda social Aratu, a iniciativa faz parte de um plano de gestão que fomenta a economia local para o desenvolvimento econômico sustentável do município.

Com apoio do Cidade Empreendedora, o prefeito Adinaldo do Nascimento Santos garante que com a ação, que envolve ainda um Fundo Municipal mantido pela taxa paga pelos empreendedores que participam, o município consegue investir no desenvolvimento e incentivar o empreendedorismo e a economia local.

Adinaldo do Nascimento Santos, prefeito de Indiaroba (SE). Foto: Marina Gadelha

A gente entende que não existe cidade pobre, existe cidade empobrecida, que pega suas riquezas e leva para outros territórios.

Adinaldo do Nascimento Santos, prefeito de Indiaroba (SE)

Foi nesse cenário, agravado também pelo aumento do comércio eletrônico, que o município decidiu criar a moeda Aratu, atualmente aceita por mais de 300 estabelecimentos e que só circula no território.

Para ele, não há como desenvolver o país sem o fomento aos comércios locais e fortalecimento das comunidades. “Por mais forte que seja a marca Sebrae, por mais capilaridade que tenha, ele se propõe a ser coadjuvante para que os empreendedores e as cidades sejam protagonistas”, conclui.

Atividades produtoras de futuro

Foto: Marina Gadelha

Os debates continuaram com o compartilhamento de ações tidas como “atividades portadoras de futuro” que, conforme a analista do Sebrae Nacional Patrícia Mayana, são baseadas na inovação tecnológica, na mudança dos paradigmas do mercado e têm o potencial de alavancar o desenvolvimento das regiões.

Nesse sentido, Thiago Rocha, diretor de Assistência Técnica do Ministério da Cultura, falou sobre o papel da Cultura na geração de emprego e renda e da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), que já tem a adesão de mais de 98% dos municípios.

Segundo ele, a PNAB é uma política continuada de cinco anos, o que fomenta o empreendedorismo relacionado com o setor e a possibilidade do trabalhador da cultura viver do seu ofício. “A PNAB vai repassar anualmente aos municípios brasileiros R$ 3 milhões”, garante.

Outra experiência foi a compartilhada por Aline Lobo, do Sebrae/BA, que falou da atuação da unidade no desenvolvimento territorial com o Polo Sebrae Onshore, conceito que engloba todas as fontes energéticas trabalhadas em terra.

De acordo com ela, quanto mais baixo o consumo de energia comercial per capita, piores são os indicadores sociais dos países. “Energia é um vetor de desenvolvimento socioeconômico”, afirma. Ela falou sobre parceria do Sebrae com a operadora Origem Energia, que tem o objetivo de promover a qualificação de comunidades de produtores rurais.

“A parceria do Sebrae com a operadora é pautada nos ODS e conceitos de ESG, fomentando o empreendedorismo e a construção de comunidades mais competitivas e sustentáveis”, afirma lembrando que a iniciativa também está relacionada ao eixo inclusão produtiva do programa Cidade Empreendedora.

Já Thyago Sabino, secretário de Meio Ambiente de Bonito (MS), apresentou a experiência na condução da cidade tida como um dos destinos turísticos mais importantes do país, no eixo do ecoturismo. Unidades de conservação, passeios credenciados, atividades diversas fazem parte do pacote que vem, ainda, com certificação carbono neutro, o que significa a absorção de todo o carbono emitido nas atividades desenvolvidas.

Em 2023, a cidade recebeu oficialmente 313 mil visitantes, número que, conforme ele, é subestimado porque contabiliza apenas o visitante que compra passeios formalmente, em agências credenciadas.

Por fim, Sandra Nascimento, guia de turismo há mais de 40 anos em Florianópolis, apresentou a experiência do Turismo de Base Comunitária no Monte Serrat. Com apoio e consultoria do Sebrae, ela apresenta ao turista a comunidade por meio dos Caminhos da negritude, das lavadeiras e da natureza. “Não é um turismo convencional. Você sobe a comunidade, fica sabendo da história, a alimentação é na comunidade. Tudo é feito dentro da comunidade. Foi criado para a comunidade”, diz.

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