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Gestão consciente de resíduos e postura sustentável agregam valor para sua marca

Separação de materiais, descarte correto de resíduos e consumo consciente são boas práticas que podem ser facilmente adotadas
Por Redação
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Você já ouviu falar sobre o Dia da Sobrecarga da Terra? Infelizmente, não é uma data de celebração, mas de alerta. Em 2023, 2 de agosto marcou o dia em que a demanda da humanidade superou a capacidade do planeta de produzir, ou renovar, recursos naturais ao longo dos 365 dias do ano. De acordo com o último relatório publicado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), a extração desses materiais triplicou (de 30 bilhões para 106 bilhões de toneladas) nas últimas cinco décadas e o número deve aumentar em 60% até 2060.

Repensar as próprias escolhas e agir com mais consciência, tanto no uso quanto no descarte de produtos, é um papel de todos, principalmente das atividades empresariais que impactam mais diretamente o meio ambiente. O Centro Sebrae de Sustentabilidade, existe para compartilhar conhecimentos e disseminar novos caminhos em busca de um modelo de sociedade que equilibre os valores financeiros, sociais e ecológicos.

Nós queremos que o empreendedor já comece seu negócio pensando de forma sustentável. A adoção de práticas de ESG, voltadas para a preservação do meio ambiente, com responsabilidade social e transparência empresarial, além de ser um caminho para a construção de um mundo mais justo, é um diferencial de competitividade no ambiente de negócios.

Juliana Borges, analista de Competitividade, Economias Transversais e Emergentes do Sebrae Nacional

Kadmo Cortês, do instituto Lixo Zero, corrobora que é, de fato, um diferencial de competitividade quando a indústria ou o comércio agrega atitudes sustentáveis à marca e consegue contar essa jornada ao consumidor.

As pessoas estão preferindo consumir um produto que, muitas vezes, custe alguns reais a mais para ter a garantia de que aquela indústria está fazendo sua contribuição para que esse material não degrade o meio ambiente e tenha impacto social positivo na geração de oportunidades para muita gente.

Kadmo Cortês, do instituto Lixo Zero

Para sair dessa economia linear, que extrai recursos da natureza para atender à demanda de conforto, desconsiderando a obsolescência dos produtos, Kadmo afirma que é importante haver um esforço para não formar lixo, mas sim observar esses materiais como recursos que podem ser transformados em novas coisas. Como solução, ele aponta, por exemplo, como esse material poderia ser trabalhado em arranjos produtivos locais. “Com isso, você vai estar gerando pequenos e micro negócios lá na ponta, onde esses resíduos estão acumulando e degradando o meio ambiente”.

Outros números

De acordo com Kadmo, 4% das emissões de gases de efeito estufa podem ser evitadas se a população fizer a compostagem de toda a fração orgânica de resíduos urbanos. Além disso, 16% do metano gerado no país vem da disposição de resíduos sólidos em lixões e aterros sanitários. “É importante analisar o ciclo de vida do produto ou serviço que se coloca no mercado”, afirma. Ele ainda deu algumas dicas de medidas sustentáveis que podem ser adotadas tanto pelo consumidor quanto pelo empreendedor. Veja:

  1. Separação de materiais em três frações – recicláveis limpos e secos, outro para restos orgânicos e um terceiro para rejeitos sujos e contaminados. Grandes geradores, que produzem mais de 120 litros de materiais indiferenciados ou rejeitos por dia, precisam contratar uma empresa que vai fazer a destinação correta dos resíduos. “Se esse tem atitude de separar todos os materiais e passar a gerar menos de 120 litros ao longo do dia, o próprio serviço de limpeza urbana vai coletar. Então comece separando em três frações”, incentiva.
  2. Gestão de resíduos perigosos têm logística reversa – embalagens de medicamentos, pilhas e baterias, por exemplo, precisam ser descartados em pontos de entrega voluntários. “É uma fração muito pequena. Geralmente a gente faz o encaminhamento desses produtos uma vez por ano aos pontos de entrega voluntários”, diz.
  3. Descarte de óleo – De acordo com Kadmo, pelos estudos da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), o descarte correto de óleo chega a evitar um custo de 16% no tratamento de esgoto. A dica é filtrar o óleo com uma palha de aço na ponta de uma garrafa e levar o produto aos pontos adequados, que podem ser reaproveitados na produção de sabão, por exemplo. A palha de aço, pode ser colocada na fração de resíduos orgânicos.
  4. Vidros e tecidos – também são materiais recicláveis que fazem parte da lógica da logística reversa. “Isso tem gerado, inclusive, negócios com o reaproveitamento desses materiais, transformação em outros produtos ou a comercialização em brechós.”
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