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Sebrae integra a maior rede de aceleração de startups do país

Em palestra, diretor Bruno Quick mostra resultados já alcançados e mapeia desafios para descentralizar a inovação no Brasil
Por Redação
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Em palestra nesta sexta-feira (24), o diretor-técnico do Sebrae, Bruno Quick, chamou a atenção para a necessidade de fomentar ecossistemas locais de inovação por todo o país e apresentou, com números e casos, o esforço da instituição para levar adiante essa tarefa. Ele falou no palco principal do Bossa Summit, em São Paulo, no painel “A estratégia do Sebrae para fazer do Brasil uma nação Startup”, ao lado do gerente de Inovação, Paulo Renato Cabral.

Quick destacou que 80% das 22.425 startups no Brasil estão concentradas no Sul e Sudeste. Segundo ele, é preciso alinhar esforços concretos para expandir o fomento, com atenção especial para a Amazônia.

“O grande caminho é ter capilaridade nas várias realidades do país, principalmente em regiões e setores onde as coisas têm que acontecer, com destaque para a bioeconomia, que tem potencial enorme de gerar negócios, sobretudo agora com a questão dos fundos de carbono, com o mundo olhando para a Amazônia”, afirmou o diretor.

Esse cenário atual, destacou Quick, tende a atrair investimentos para a região amazônica, que precisa estar preparada. “Muitos recursos vêm para cá, mas esses recursos têm que encontrar ambientes, bons projetos e convergência”, aponta ele.

O diretor complementou que o Sebrae atua para fomentar esses ecossistemas de inovação fora dos eixos tradicionais de inovação no Brasil, auxiliando na convergência e promoção dos arranjos de infraestrutura, institucionais e culturais que atraiam empreendedores e recursos financeiros.

Dados apresentados na palestra mostram que o Sebrae já mapeou 162 ecossistemas em 24 estados brasileiros, abrangendo 193 municípios, dos quais 83% são do interior do país. O gerente de Inovação Paulo Renato Cabral afirmou que a instituição é a maior aceleradora e incubadora de startups da América Latina, junto com parceiros, apoiando 8 mil pessoas com ideias de negócios inovadores e 7 mil startups, já com CNPJ, por ano.

Ações do Sebrae

Alguns programas e projetos do Sebrae em prol do desenvolvimento de startups em várias partes do país foram apresentados ao público. Um deles é o Inova Amazônia, que já recebeu mais de 800 inscrições, pré-acelerou 400 empresas, acelerou 229 e contemplou 400 bolsistas.

De todas as empresas que participaram, 17% depositaram patentes, 31% começaram a internacionalizar, 56% declararam que aumentaram a equipe, 62% aumentaram o faturamento e 90% desenvolveram novos produtos. O perfil dos atendidos é de 97% de negros ou pardos, 76% de mulheres na liderança e 95% com impacto ambiental.

O Startup Nordeste, outro programa de desenvolvimento do Sebrae, já conta com nove editais publicados. Já registrou 2.217 projetos inscritos, com 1.620 pré-acelerados, 908 acelerados e 318 startups em operação. O projeto oferece bolsas de estímulo à inovação, entre outros apoios disponibilizados.

Já o Catalisa ICT apoia projetos de pesquisadores de ciência e tecnologia para se tornarem negócios inovadores de base tecnológica no mercado. Foram capacitados 2.800 pesquisadores e mil pesquisas selecionadas com potencial de se tornarem negócios. “Temos bolsas para encorajar os pesquisadores a encarar os desafios aqui fora, com resultados absolutamente surpreendentes”, afirma Bruno Quick.

Desafios

O diretor Bruno Quick apontou ainda que o Sebrae trabalha para desconcentrar o capital de risco a fim de fomentar as startups pelo país. Ele citou projeto para um fundo da instituição em parceria com a Finep para viabilizar R$ 2 bilhões em crédito em condições melhores que as de mercado. Mencionou também fundos próprios e de mercado para todas as fases da startup, entre outras medidas. Quick ressaltou o esforço de toda a rede do Sebrae, espalhado por todo o Brasil, para atingir esses objetivos.
“A rede nos estados está colada em vocês, demandem, articulem. Estamos sempre disponíveis e comprometidos em servir vocês”, disse Quick à plateia, formada por empreendedores, investidores, alunos que participam de desafios de inovação, entre outros públicos.