A internacionalização das micro e pequenas empresas e a participação recorde de 400 startups brasileiras no Web Summit Lisboa é parte de uma estratégia maior de integrar o país a uma rede de inovação global. Esse foi o tema central abordado pelo diretor-técnico do Sebrae Nacional, Bruno Quick, nessa segunda-feira (11) no evento “Conexões Globais”, promovido pela Startup Portugal em Lisboa. Para o Sebrae, o caminho para estreitar as relações comerciais, especialmente no contexto europeu, é o ecossistema de inovação. A agenda integra a missão internacional para o Web Summit Lisboa.
A partir do interesse crescente do Brasil em expandir sua presença no exterior, o Sebrae busca fomentar o ecossistema empreendedor e parcerias estratégicas para alavancar negócios.
Hoje estamos relacionados a 18 mil startups no Brasil. Esse número expressa a vitalidade do ecossistema de inovação brasileiro, que vive um crescimento exponencial em diferentes setores: finanças, saúde, agricultura e, mais recentemente, biotecnologia.
Bruno Quick, diretor-técnico do Sebrae Nacional.
Quick destacou o sucesso do Web Summit Rio, que teve sua primeira edição em 2023, marcando a entrada definitiva do Brasil no circuito global de inovação e tecnologia.
De acordo com Quick, o Sebrae atua para as startups brasileiras possam estabelecer conexões valiosas com parceiros internacionais, aproveitando eventos como o Web Summit Lisboa para expandir suas operações. Ele destacou que o apoio a essas empresas vai além de eventos como este.“A inovação não acontece no isolamento. Estamos ajudando a criar um ecossistema estruturado, com acesso a capital, mentorias e conexões internacionais, para que essas startups cresçam de forma sustentável e levem o nome do Brasil ao mundo”, finalizou.
Para isso, a instituição atua por meio de parcerias estratégicas com entidades como a Apex-Brasil, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), visando preparar as micro e pequenas empresas para o mercado internacional. O trabalho envolve diversas fases: “O Senar cuida da produção dentro da porteira, o Sebrae prepara para o mercado e a Apex faz a promoção internacional. É um modelo muito bem estruturado”, complementou. O planejamento inclui iniciativas como o AgroBR, programa da CNA que promove produtos agropecuários brasileiros no exterior, além de ações focadas em setores como energia sustentável.
A capital da inovação
O trabalho da Estratégia Lisboa-Portugal para a Economia e a Inovação levou Lisboa a ser o 4º mais popular hub de startups na Europa, provando-se um ecossistema produtivo para o sucesso de startups, com mais de 60 centros tecnológicos investindo. De acorod com Isabel Advirta, da Câmara Municipal de Lisboa, a cidade está no top 3 dos nômades digitais, além de ser mostrar seu forte DNA português nas mais de 380.000 empresas, mais de 5.000 startups, 25 programas de aceleração, 26 incubadores, mais de 100 espaços de colaboração e 15 novos unicórnios.
No mesmo evento, promovido pela Startup Portugal, Kiana Frank, da Digital Hub Initiative, da Alemanha, fez uma provocação às participantes do Web Summit Lisboa: “O que sempre dizemos é: preparem-se. É preciso fazer o trabalho de casa e então encontrar as pessoas certas para escalar seu negócio”. A alta competitividade global do setor foi reforçada por outro peso pesado. Tomica Divic, representante da Inovate BC, do Canadá, se posicionou: “Temos mais de 11 mil empresas tecnológicas e estamos construindo um setor de ciências da vida para o futuro”.
Pavilhão Brasil dá mais visibilidade às startups
O Sebrae, em parceria com a Apex Brasil, instituições brasileiras e portuguesas do ecossistema de inovação, realiza missão técnica ao Web Summit Lisboa, que acontece até 15 de novembro. O evento é reconhecido como uma das maiores e mais importantes conferências de tecnologia e empreendedorismo no mundo. Este ano, o Pavilhão Brasil foi expandido de 225m² para 648m² para proporcionar maior visibilidade às startups, com espaços de exposição, networking e plenária para conteúdos.