No Dia do Empreendedorismo Feminino, líderes de governo, ciência e negócios fizeram um alerta na COP30: o avanço das mulheres na inovação climática é real, mas ainda esbarra em falta de crédito, visibilidade e espaço em setores estratégicos como a agroecologia. O estande do Sebrae, na Green Zone, abriu a programação desta quarta-feira (19) com o painel “Mulheres que regeneram: inovação agroambiental com liderança feminina”, reunindo cinco profissionais que ocupam posições estratégicas em suas áreas de atuação.
O debate abordou o empreendedorismo feminino e o papel decisivo das mulheres na transição ecológica, com participação da ministra das Mulheres, Márcia Lopes; da superintendente do Sebrae no Amazonas, Ananda Pessoa; da gerente do Centro Sebrae de Sustentabilidade (CSS), Tássia Gonçalves; e da chefe de Transparência de Tecnologia da Embrapa, Carina Rufino, com moderação de Sheila Guebara, diretora de Sustentabilidade da Seara.
Ao apresentar dados recentes, Ananda Pessoa destacou que 48% dos empreendimentos do Amazonas já são liderados por mulheres. “É um avanço expressivo e equilibrado em comparação a anos anteriores”, afirmou. Ela lembrou ainda que o Sebrae no Amazonas é o primeiro do país com três mulheres na linha de comando, e que ampliar a presença feminina na agroecologia é a próxima fronteira. “É um ambiente ainda majoritariamente masculino, mas estamos avançando”, completou.
Durante o painel, a ministra Márcia Lopes anunciou o investimento de R$ 4 milhões destinados preferencialmente a mulheres em áreas urbanas e rurais, para apoiar ações de mitigação e adaptação climática. O edital, fruto de cooperação entre o Ministério das Mulheres e a ONU Mulheres, será lançado nesta quinta-feira (20).
A ministra também celebrou a trajetória da pesquisadora da Embrapa Mariângela Hungria, primeira brasileira a receber o Prêmio Nobel da Agricultura. “Sua vida profissional e seu compromisso com a produção sustentável mostram que a ciência feita por mulheres transforma realidades. Mulheres empreendem com alma e coração, e nossa luta pela equidade precisa ser coletiva e mobilizadora”, afirmou.

A “dor do crescimento” e a falta de crédito
Para Tássia Gonçalves, os desafios enfrentados pelas empreendedoras passam pelo acesso restrito ao crédito, pela múltipla jornada e pelo que ela chama de “dor do crescimento”, o momento em que o negócio precisa escalar. “O Sebrae é um agente fundamental de assistência e apoio, com tecnologias e incentivos, mas é preciso dar o primeiro passo, acreditar na própria capacidade e buscar rede de apoio”, ressaltou.
Já Carina Rufino, da Embrapa, chamou atenção para a necessidade de dar visibilidade à participação feminina no sistema produtivo de alimentos, desde a seleção das sementes até a gestão da propriedade. “A mulher tem papel decisório no campo, porque traz um olhar diferenciado para o ecossistema”, afirmou. Ao encerrar, a mediadora Sheila Guebara, afirmou: “Não há dúvidas da importância das mulheres à frente dos empreendimentos, buscando sustentabilidade, perenidade dos negócios, inovações e práticas regenerativas”, concluiu.

O Sebrae na COP30
Com estande de 400 m² instalado na Green Zone, o Sebrae transforma sua presença na COP30 em uma experiência imersiva inspirada na Amazônia e na diversidade do país. Além de vitrine viva de inovação e cultura, é um espaço de diálogo e network, com sala de reuniões, auditório e loja colaborativa de produtos da bioeconomia, conectando lideranças, investidores e empreendedores.
De 10 a 21 de novembro, das 9h às 20h, a programação combina conteúdo, cultura e sensorialidade, com atrações como webséries e documentários do “PedaCine do Brasil”, apresentações culturais, degustações e harmonizações com ingredientes regionais. Acompanhe a cobertura dos pequenos negócios na COP30 pela Agência Sebrae de Notícias.

