No coração do Fórum E-commerce Brasil 2025, realizado em São Paulo, um painel no estande da ApexBrasil reuniu representantes de algumas das principais instituições brasileiras para discutir como pequenas e médias empresas podem acessar o mercado internacional por meio do comércio eletrônico. O painel “Juntos pelo E-commerce Global: como as instituições apoiam sua jornada de exportação” destacou as dores enfrentadas por empreendedores que desejam exportar, bem como as soluções que compõem um robusto ecossistema de apoio.
“O Sebrae tem várias soluções para apoiar o empreendedor a entrar nesse comércio global, desde consultorias personalizadas até produtos como o Sebraetec, que subsidia a adequação de produto, comunicação e embalagem para o mercado internacional”, afirmou Roberta Aviz, coordenadora de Negócios Internacionais do Sebrae. Ela ressaltou que o primeiro passo para entrar no ecossistema é procurar o Sebrae do seu estado ou acessar o portal do Sebrae.
O empreendedor não está sozinho. Sebrae, ApexBrasil, Banco do Brasil, CNI e outros parceiros estão unidos para ajudar o Brasil a conquistar o mundo.
Roberta Aviz, coordenadora de Negócios Internacionais do Sebrae.
A dor mais comum dos empreendedores é saber por onde começar. Por isso, durante o evento, o Sebrae ofereceu consultorias individuais com dez especialistas em exportação via e-commerce. O primeiro passo recomendado é a definição do mercado-alvo. Com base nisso, é possível identificar quais marketplaces são mais adequados e quais ajustes serão necessários no produto, rótulo, idioma, precificação e logística.
Gabryella Freitas, analista de Políticas e Indústria da CNI, destacou que “o e-commerce deixou de ser uma alternativa e passou a ser a principal porta de entrada de muitos produtos no mercado internacional”. Ela enfatizou a importância da presença digital para internacionalização e anunciou um programa de mentoria com 30 vagas para mulheres empreendedoras que desejam ampliar sua atuação global.

Apoio para exportar
Do lado da ApexBrasil, a diretora de Estratégia e Comunicação, Márcia Nejaim, reforçou a necessidade de planejamento “Diminuir o tempo de aprendizado é reduzir custo para as empresas. Nosso papel é mostrar o caminho, mas cabe à empresa entender o que faz sentido para o seu modelo de negócio”, comentou.
Já Edgar Dimov, gerente de Relacionamento em Negócios Internacionais do Banco do Brasil, reforçou o papel histórico da instituição no comércio exterior. “Temos o comércio exterior no nosso DNA. Queremos colocar as empresas brasileiras no mundo, especialmente as pequenas e médias. Nosso papel social vai além dos serviços bancários”, disse. O BB oferece consultoria gratuita para adequação a exigências internacionais, especialmente ligadas à sustentabilidade, e _workshops- sobre regulações, certificações e oportunidades globais.
O ecossistema também conta com a participação do Governo Federal, representado no evento por Fabiany Vellasco, coordenadora-geral de Políticas para Comércio e Serviços Digitais do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC). Ela anunciou um workshop voltado ao mercado chinês e chamou atenção para o fato de o Brasil ser apenas o 12º país da América Latina em exportações para a China. A executiva ainda reforçou a iniciativa do MDIC de estimular empresas de todas as regiões do país a ampliarem presença no comércio eletrônico. “Queremos aumentar a presença no e-commerce de empresas das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Buscamos uma tríade de instituições para pensar soluções locais”, explicou.

A consultora do Sebrae Jurema Marques, com experiência de quase três décadas no setor, relatou que as dúvidas dos empreendedores variam conforme o grau de maturidade dos negócios. “As empresas iniciantes perguntam sobre entrega, pesquisa de mercado. As mais maduras têm dúvidas sobre certificação, barreiras de acesso e adaptação de produtos e embalagens ao mercado internacional”, informou. Segundo ela, muitas estão inovando com produtos sustentáveis, como snacks saudáveis com ingredientes funcionais e suplementos em formatos diferenciados.
Entre os atendidos pela consultoria estava Alexandre Sbroggio, sócio da loja Hammer Instrumentos e Sonorização, de São José do Rio Preto (SP). Embora o foco fosse exportação, ele buscava apoio para importar diretamente da China, reduzindo custos e aumentando competitividade. “A consultora nos apresentou caminhos como o RADAR e a importação simplificada, o que faz muito sentido para o nosso negócio. Vamos colocar em prática”, disse. Alexandre conheceu o serviço por meio do projeto Incubadora Digital 4.0 do Sebrae local.
A experiência demonstra que o Sebrae e seus parceiros vão além da exportação tradicional. Eles apoiam o posicionamento digital, a adequação do mix de produtos e a construção de uma presença global sustentável e planejada. “Exportar é uma estratégia que exige preparação, foco e apoio. O que mostramos aqui é que há um ecossistema comprometido com essa jornada”, finalizou Roberta Aviz.
Com tantas frentes de apoio articuladas, o Brasil reforça seu potencial de colocar pequenos e médios negócios no mapa global do e-commerce, conectando criatividade, qualidade e identidade local a mercados ao redor do mundo.