“Inovação, gênero e financiamento para uma bioeconomia inclusiva e antirrisco climático” foi o tema do painel mediado pelo diretor de Desenvolvimento do Sebrae Rio de Janeiro, Sérgio Malta, na COP30. O debate, realizado neste sábado (15), em Belém (PA), apresentou experiências de empreendedorismo e inovação com o uso sustentável de recursos marinhos e costeiros, capazes de gerar renda, promover inclusão social e contribuir para a resiliência climática.
Participaram Edmar Moraes (Ilhahub), trazendo a visão da inovação comunitária; Flávia Ribeiro (Kearney), com foco em estratégias e políticas públicas; e Ana Paula Trevizan (Quintessa), abordando investimentos de impacto e inclusão de gênero. Como exemplo de atuação do Sebrae, Sérgio Malta apresentou projeto desenvolvido em Nova Iguaçu (RJ), com famílias da agricultura familiar que vivem no entorno de uma fábrica de exploração de água mineral.
Na região, cerca de 100 famílias foram organizadas pelo Sebrae, com apoio da Nestlé para iniciativas de educação ambiental e bioeconomia. Um dos desafios, segundo Sérgio, é compreender a realidade da comunidade, aproximar-se e criar programas de capacitação para novos negócios.
Uma das pautas da COP30 é como mobilizar capital para as micro e pequenas empresas. A economia azul pode ser um instrumento para gerar valor.
Sérgio Malta, diretor de Desenvolvimento do Sebrae/RJ
Para Flávia Ribeiro, da Kearney, é essencial envolver organizações com perspectiva de gênero e engajar o setor privado no financiamento de projetos voltados às populações mais afetadas pela crise climática. Ela lembra que quase metade da força de trabalho na economia pesqueira é formada por mulheres. “É fundamental garantir que o crédito chegue à economia da inclusão”, afirmou Flávia.
A necessidade de apoiar pequenos empreendedores na estruturação de negócios que possam crescer de forma sustentável foi destacada por Edmar Moraes. Para ele, mensurar o risco climático, o consumo de carbono e outros fatores deve ser parte da modelagem de novos empreendimentos. “A Ilhahub ajuda a reduzir impactos na natureza por meio de processos de capacitação e estruturação, evitando prejuízos ambientais e financeiros”, explicou.

Já Ana Paula Trevizan lembrou que mulheres e crianças estão entre os grupos mais vulneráveis aos efeitos das mudanças climáticas. “Elas sentem mais essas dores, por isso é preciso dar espaço para que possam propor soluções como protagonistas”, afirmou. Ela alertou ainda que apenas cerca de 1% das mulheres empreendedoras acessam linhas de crédito, segundo indicadores recentes.
Outros painéis do estande do Sebrae na Green Zone neste sábado (15) discutiram agricultura familiar, saberes tradicionais e governança colaborativa na Amazônia. Para o Sebrae, investir na bioeconomia é essencial para promover empregos verdes e uma transição climática mais justa, caminho que depende de um novo modelo de desenvolvimento econômico, com a bioeconomia, o conhecimento dos ribeirinhos e o estímulo a habilidades sustentáveis.

O Sebrae na COP30
Com estande de 400 m² instalado na Green Zone, o Sebrae transforma sua presença na COP30 em uma experiência imersiva inspirada na Amazônia e na diversidade do país. Além de vitrine viva de inovação e cultura, é um espaço de diálogo e network, com sala de reuniões, auditório e loja colaborativa de produtos da bioeconomia, conectando lideranças, investidores e empreendedores.
De 10 a 21 de novembro, das 9h às 20h, a programação combina conteúdo, cultura e sensorialidade, com atrações como webséries e documentários exibidos no “PedaCine do Brasil”, apresentações culturais, degustações e harmonizações com ingredientes regionais. O Sebrae também montou a Zona do Empreendedorismo (En-Zone), no Parque Belém Porto Futuro, e trabalha em ativações urbanas e outros pontos de presença pela capital do Pará. Acompanhe a cobertura completa dos pequenos negócios na COP30 pela Agência Sebrae de Notícias.

