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Extrair madeira da floresta e preservar o ambiente parece uma contradição, mas é possível de ser feito. A Cooperativa Mista da Flona do Tapajós (Coomflona) é uma organização de ribeirinhos que consegue unir as duas coisas. Os integrantes da Coomflona vivem nas 21 comunidades da Reserva de Proteção Ambiental Floresta do Tapajós, no município de Belterra (PA), na região do Baixo Amazonas.

Criada em 2005, a Coomflona possui o selo FSC, uma certificação internacional que identifica produtos originados de florestas manejados de forma responsável. Os ribeirinhos trabalham com a copaíba, a andiroba, a apicultura e o artesanato comunitário. A maior parte da renda da cooperativa vem da venda de toras de madeiras. Parte da extração vai para a movelaria Anambé que produz mesas, cadeiras, armários e outros objetos com madeira extraída de forma sustentável.

“Aqui tudo é planejado, tudo é feito dentro de um projeto maior. Até a forma como as árvores são abatidas têm que ter um jeito, porque é de impacto reduzido, sem o uso de maquinários pesados, tratores”, explica o coordenador da movelaria Anembé, Arimar Rodrigues.

Foto: AD Produtora.

Manejo planejado

A extração segue várias etapas – como delimitação, inventário e outros cuidados – antes do corte das árvores. Ao contrário do senso comum, a planta não é substituída por uma nova muda, é a própria floresta que se regenera. A retirada da madeira é feita de acordo com o ritmo de crescimento da área.

“Imagine cultivarmos uma muda dentro de um viveiro e colocá-la dentro do mato. Seria a mesma coisa que sair daqui da Flona e ir lá para os Estados Unidos, onde eu não sei falar inglês. Eu ficaria perdido”, brinca Arimar.

Do mesmo modo é a planta, a árvore. Então, aqui nós não fazemos reposição florestal, nós deixamos a área preservada para que ela se regenere naturalmente.

Arimar Rodrigues, coordenador da movelaria Anembé.

O vice-presidente da Coomflona, Daniel Rocha, destaca o grande potencial dos resíduos da floresta, como os galhos. “Hoje, vemos móveis em grandes hotéis, móveis rústicos que custam uma fortuna em dólar. A Austrália, que também tem florestas muito protegidas, tem a base da movelaria feita com o que é recolhido do chão”, observa.

Essas características, que os cooperados entendem como possibilidades para o melhor aproveitamento da extração, continuam em desenvolvimento. Hoje, os cooperados ainda não conseguem aproveitar todo esse potencial. Atualmente, mais de mil famílias são beneficiadas pela produção sustentável dos 316 cooperados.

Foto: AD Produtora.

Apoio do Sebrae

O diretor técnico do Sebrae, Bruno Quick, visitou as instalações da Coomflona para conhecer as práticas de manejo sustentável da Floresta Tapajós. “O que esses cooperados fazem aqui é de um potencial riquíssimo. É a prova de que é possível associar desenvolvimento econômico com sustentabilidade. Nós do Sebrae vamos atuar junto com a cooperativa para qualificar e potencializar o trabalho desenvolvido aqui.”, declarou Quick.

O Sebrae já apoiou a Coomflona na estruturação da cooperativa levando capacitação em gestão e em questões técnicas para melhorar o dia a dia. Mas o apoio agora busca uma capacitação mais ampla com conexões corporativas e acesso a mercados. A Coomflona é um dos empreendimentos selecionados pelo Sebrae para aprimorar seus processos e ser uma referência para o país, com foco na bioeconomia e em economia sustentável.

O Sebrae pretende fazer conexões corporativas com agentes da moveleira, com foco no design. Essa é uma das 20 iniciativas que receberão oficinas de capacitação do Sebrae ainda no primeiro semestre. De acordo com o designer da Assintecal e consultor do Sebrae Walter Rodrigues, a proposta é criar uma linha autoral de produtos para que a cooperativa possa trabalhar no mercado com marca própria.

“A ideia é que, a partir de abril, possamos iniciar oficinas de design com eles. Não para ensinar a fazer os produtos, pois isso eles já sabem fazer com excelência, mas para orientar sobre como se apresentar ao mercado e se posicionar comercialmente”, ressaltou.

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