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Catadores são essenciais na transição ambiental brasileira, defende Sebrae

Painel promovido pela instituição na COP30 reuniu representantes de cooperativas, do governo federal, do terceiro setor e da iniciativa privada
Por Aline Brelaz
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O Sebrae promoveu, nesta quarta-feira (12), em seu estande na Green Zone da COP30, em Belém (PA), um debate essencial sobre como ampliar o reconhecimento dos catadores e catadoras como protagonistas da transição ambiental no Brasil. No Painel Pró-Catadores, representantes do governo, de organizações nacionais e de parceiros internacionais discutiram inclusão socioprodutiva, serviços ambientais e o uso de dados para orientar políticas públicas.

O encontro foi encerrado com o compromisso de fortalecer parcerias entre movimentos de catadores, instituições públicas, privadas e internacionais. Para o diretor técnico do Sebrae/MT, André Schelini, que moderou o painel, o reconhecimento desses profissionais ainda é desigual.

“Quando se fala em economia circular, é impossível ignorar quem já faz circular o país inteiro com seu trabalho. Nosso desafio é transformar reconhecimento em política e política em oportunidade real”, afirmou. Schelini destacou o programa Pró-Catadores como agenda estratégica dentro da transição ambiental brasileira, conectando pequenos negócios, inovação e justiça social.

André Schelini ressaltou o reconhecimento desigual dos catadores | Foto: Ádrio Denner

Como representante da Associação Nacional de Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis (ANCAT), Aline Sousa apresentou panorama da cadeia de reciclagem: as cooperativas associadas manipulam 14 mil toneladas de resíduos por ano, gerando R$ 1,8 milhão, sendo R$ 400 mil destinados ao pagamento de impostos.

“Provamos a eficiência por meio das cooperativas, desde a coleta ao tratamento dos resíduos. O apoio técnico do Sebrae vai potencializar ainda mais esse trabalho”, destacou. Segundo ela, com a isenção tributária, parte dos recursos hoje destinados a impostos poderia ser investida em equipamentos e melhoria da qualidade de vida dos catadores.

Na perspectiva do governo, Ary Moraes Pereira, da Secretaria-Geral da Presidência, reforçou a necessidade de remunerar adequadamente os serviços prestados pelos catadores e fortalecer a logística reversa, agregando valor econômico e social à atividade.

A visão internacional de Romina Malagamba, da Fundação Avina, foi direcionar a inteligência para mensurar o impacto econômico e ambiental da reciclagem e orientar políticas públicas mais eficazes. Já Dione Manetti, CEO da Pragma Soluções Sustentáveis, ressaltou que os catadores recuperam quase 80% do que é reciclado no país, transformando resíduos em economia brasileira.

O Sebrae na COP30

Com estande de 400 m² instalado na Green Zone, o Sebrae transforma sua presença na COP30 em uma experiência imersiva inspirada na Amazônia e na diversidade do país. Além de vitrine viva de inovação e cultura, é um espaço de diálogo e network, com sala de reuniões, auditório e loja colaborativa de produtos da bioeconomia, conectando lideranças, investidores e empreendedores.

De 10 a 21 de novembro, das 9h às 20h, a programação combina conteúdo, cultura e sensorialidade, com atrações como webséries e documentários exibidos no “PedaCine do Brasil”, apresentações culturais, degustações e harmonizações com ingredientes regionais. O Sebrae também montou a Zona do Empreendedorismo (En-Zone), no Parque Belém Porto Futuro, e trabalha em ativações urbanas e outros pontos de presença pela capital do Pará. Acompanhe a cobertura completa dos pequenos negócios na COP30 pela Agência Sebrae de Notícias.

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