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Transformar Juntos discute responsabilidade dos órgãos de controle no desenvolvimento local

Instituições debateram como tornar as políticas públicas mais efetivas por meio da cooperação
Por Rafael Baldo
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Painel “Órgãos de controle como parceiros no desenvolvimento dos municípios”. Foto: Lídia Rosseti.

Qual o papel dos órgãos de controle para o desenvolvimento dos municípios? Como essas instituições podem contribuir com a boa execução das políticas públicas. Esses foram os pontos de partida dos debates do painel realizado na tarde desta quinta-feira (24), no segundo dia do Transformar Juntos, evento promovido pelo Sebrae em Brasília.

O debate contou com as participações da coordenadora de políticas públicas do Sebrae/MS, Kassiele Nardi; do presidente do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE/MT), Antônio Joaquim; do promotor de justiça na Bahia e coordenador do comitê gestor do sistema IDEA, Otávio de Castro Alla; da Assessora para Elaboração e Acompanhamento de Projetos do Ministério Público do Piauí, Nayrah Helyse Machado; e do presidente da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp), Tarcísio Bonfim.

Os palestrantes destacaram que a implementação de políticas públicas efetivas passa, necessariamente, por uma atuação integrada. “Se queremos ter um Ministério Público e órgãos de controle legitimados para atuar, precisamos estar perto de quem foi legitimado pela população e está trabalhando ao nosso lado”, enfatizou Otávio Alla.

Foram citadas, por exemplo, iniciativas que partiram desses órgãos, como o projeto “Elas no Controle”, que busca romper ciclos de violência doméstica promovendo autonomia financeira. O programa é fruto de uma parceria do Sistema S com prefeituras locais. Iniciado no Piauí, o projeto realiza capacitações para mulheres em situação de vulnerabilidade, especialmente nas áreas de beleza e moda, além de fornecer kits para que iniciem seus próprios negócios.

Foto: Lídia Rosseti.

Fizemos reuniões com essas mulheres para saber quais eram as habilidades que elas tinham, as necessidades do município em mão de obra e, a partir daí, nós demandamos para o Senac e o Senai.

Nayrah Helyse Machado, representante do Ministério Público do Piauí.

O conselheiro Antônio Joaquim destacou duas iniciativas que demonstram a efetividade da parceria entre agentes de controle e gestores públicos: a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa e o Programa Nacional de Transparência Pública. O incentivo aos pequenos negócios surtiu efeito: em 2013, mobilizou todos os tribunais de contas do país e resultou em um crescimento significativo da participação das MPEs nas compras públicas. Ele exemplificou com o caso de Minas Gerais em que o aumento foi de R$ 19,7 bilhões em compras no intervalo de dez anos.

“Eu acredito que quando temos um propósito forte, que une as pessoas, conseguimos fazer o desenvolvimento acontecer. O desenvolvimento acontece lá nos municípios”, finalizou a mediadora do debate, Kassiele Nardi.

Comunidades colaborativas

A última palestra do dia, “Associativismo como cultura de desenvolvimento socioeconômico”, contou com o consultor de políticas públicas do Sebrae Nacional e FIPE, Paulo Miotta; o prefeito de Congonhas (MG), Anderson Cabido; e o gestor de projetos de Desenvolvimento Territorial e Agronegócios no Sebrae/RS, Junior Utzig.

O associativismo foca na colaboração em torno de interesses comuns, com decisões baseadas em consenso. Segundo Anderson Cabido, a interação entre o institucional e o social é uma das bases do desenvolvimento econômico.

Foto: Lídia Rosseti.

Instituições fortes são uma premissa do desenvolvimento. O capital humano também é uma premissa, eu preciso ter pessoas boas e o desenvolvimento só acontece quando as pessoas se desenvolvem. Mas o desenvolvimento também só acontece quando você tem entidades e instituições fortes.
Anderson Cabido, prefeito de Congonhas (MG).