Em um movimento inovador, o Sebrae, por meio do Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe), estruturou uma parceria com o Estímulo, fundo de impacto que vem mudando a realidade dos micro e pequenos empreendedores brasileiros. O acordo amplia o alcance do Estímulo, permitindo apoiar ainda mais MPEs com crédito, além de capacitação, consultoria e orientação junto ao Sebrae.
Para o primeiro ano de operação, a expectativa é de R$ 72 milhões desembolsados, dos quais R$ 24 milhões serão destinados para mulheres empreendedoras e R$ 9 milhões para empresas da Amazônia Legal, na região norte do país. A previsão é de impactar cerca de mil empresas com ticket médio de R$ 85 mil em crédito simplificado e, com isso, gerar 8,7 mil novos empregos.
O Estímulo já originou mais de R$ 350 milhões em crédito desde que foi lançado, durante a pandemia de covid. Já impactou na geração de 55 mil empregos por meio de apoio a mais de 5,2 mil empreendedores sem acesso ao crédito tradicional. Tem como objetivo ajudar negócios de regiões de baixa renda (92%), além de um olhar direcionado para as mulheres empreendedoras (54%).
O norte do país também é um grande foco de atuação da iniciativa. A taxa mensal varia de 1,99% a 2,99% (dependendo da saúde financeira da empresa) – consideravelmente mais baixa se comparada às linhas de crédito tradicionais. O tempo de carência é de até dois meses e as parcelas fixas podem ser divididas em até 24 vezes. Todo o processo é 100% digital, com desembolso em até cinco dias.
O Estímulo foi idealizado na época da pandemia por Eduardo Mufarej, com mais 50 cofundadores, como Abilio Diniz, Ticiana Rolim, Ana Fontes, entre outros. Hoje é liderado por Vinícius Poit, que assume a cadeira de CEO. A tese é sustentada no conceito de Blended Finance (financiamento misto).
Une doações e investimentos de impacto de diferentes tipos de capitais, sejam eles públicos, privados ou filantrópicos. Tem como principal objetivo encorajar o investimento em projetos sustentáveis, principalmente em países em desenvolvimento.
A atuação do blended finance é estruturada num FIDC, onde doadores entram com cotas subordinadas, enquanto as cotas seniores ficam com investidores de impacto. O Fampe destinou R$ 6 milhões para garantir as operações do FIDC Estímulo Brasil. Além de retorno financeiro, eles geram benefício social e ambiental com o capital alocado. Para metrificação, a tese conta com metodologia do Insper Metrics, com o desenvolvimento do material Teoria da Mudança, da economista Ligia Vasconcellos, especialista em avaliação de impacto social.