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Relatório que mapeia barreiras de acesso a crédito para empreendedoras será lançado em plenária da WBA BRICS

Lançamento da publicação da Aliança Empresarial de Mulheres do BRICS, do qual o Sebrae faz parte, ocorrerá nesta sexta (4) no Rio
Por Redação
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O Sebrae, como parte da Aliança Empresarial de Mulheres do BRICS (WBA, na sigla em inglês para Women’s Business Alliance of BRICS), lança nesta sexta-feira (4), durante a plenária anual da Aliança, o relatório “Mulheres empreendedoras em movimento: superando barreiras de crédito”. A publicação aborda os desafios enfrentados por mulheres que lideram negócios na busca por recursos e como isso impacta a economia e a redução das desigualdades. A Aliança tem coordenação rotativa neste ano da CNI (Confederação Nacional da Indústria).

O relatório destaca que o empreendedorismo feminino é uma força poderosa para o crescimento econômico e para a sustentabilidade. De acordo com estudos do programa Women’s Wealth, se as mulheres tivessem as mesmas oportunidades que os homens ao empreender, o Produto Interno Bruto (PIB) global poderia crescer de 3% a 6% – acrescentando de US$ 2,5 trilhões a R$ 5 trilhões na economia. O dado mostra que apoiar as mulheres empreendedoras não é apenas uma questão de justiça social, mas também de desenvolvimento econômico para os países.

Dados do Sebrae apontam que as mulheres brasileiras que chefiam pequenos negócios enfrentam taxas de juros mais altas, com média de 29,3% ao ano, em comparação com 20,3% para homens. Além disso, o valor médio do empréstimo aprovado para mulheres é R$ 13 mil a menos do que para empresas lideradas por homens.

Foto: Divulgação.

Essa discriminação financeira é agravada por fatores sociais como a carga de trabalho doméstica, onde as mulheres no Brasil dedicam em média 21,4 horas por semana a tarefas domésticas, limitando tempo e energia para atividades de negócios. Entre as barreiras enfrentadas pelas mulheres na obtenção de crédito estão as altas taxas de juros, exigência de garantias que elas não possuem, processos burocráticos complexos e, principalmente, discriminação estrutural e cultural.

No Brasil, por exemplo, as mulheres pagam taxas de juros mais altas e recebem valores de empréstimo menores que os homens. Essa realidade impede que muitas mulheres transformem suas ideias em negócios prósperos, limitando seu potencial de geração de renda e emprego.

Margarete Coelho, diretora de Administração e Finanças do Sebrae.

Para a chair global da WBA,  Mônica Monteiro, dar visibilidade às barreiras enfrentadas por mulheres empreendedoras é o primeiro passo para superá-las. “Este relatório reúne dados, análises e recomendações que apontam caminhos concretos para ampliar o acesso ao crédito e fortalecer o papel das mulheres na economia. Nosso objetivo é provocar ação — por parte de governos, empresas e da sociedade — para que mais mulheres tenham condições reais de transformar suas ideias em negócios sustentáveis e de impacto, apoiando o desenvolvimento inclusivo e sustentável nos países do bloco”, afirma.

Caravana Delas – Empreender é Poder atraiu grande público ao Sebrae Goiás. Foto: Silvio Simões.

Caminhos para a mudança

No relatório, o Sebrae e parceiros ressaltam iniciativas para ajudar a mudar esse cenário no Brasil, como a “Caravana Sebrae Delas” e a possibilidade de ofertar garantia de 100% aos empréstimos solicitados por empresas que sejam chefiadas por mulheres por meio do Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe), coordenado pela entidade. Além disso, a instituição oferece capacitação e mentoria para este público com o objetivo de combater as desigualdades e promover a inclusão.

Mulheres com negócios prósperos podem investir mais em suas famílias, em educação e saúde, gerando um ciclo virtuoso de desenvolvimento. Isso é particularmente relevante no contexto brasileiro, onde as desigualdades de gênero e raça ainda são marcantes.

Margarete Coelho, diretora de Administração e Finanças do Sebrae.

Por fim, o relatório enfatiza a necessidade de abordagens integradas e sensíveis ao gênero para superar as barreiras de crédito. Isso inclui a promoção de inovação aberta, parcerias estratégicas com grandes empresas e o uso de tecnologias digitais para facilitar o acesso a serviços financeiros. A colaboração entre governos, setor privado e organizações não governamentais é vista como fundamental para criar um ambiente mais equitativo e favorável ao empreendedorismo feminino.

“A criação desse material representa um marco importante para a nossa participação no BRICS e para o fortalecimento da imagem do Sebrae como referência no apoio ao empreendedorismo feminino”, definiu a gerente de Empreendedorismo Feminino, Diversidade e Inclusão do Sebrae, Geórgia Nunes. “Essa publicação contribuirá para o debate qualificado sobre inclusão financeira e servirá de base para políticas públicas e programas de apoio mais alinhados às reais necessidades das empreendedoras”, completou.

Margarete Coelho (centro) representou o Sebrae nos encontros da WBA. Foto: Larissa Carvalho.

Aliança de mulheres

A plenária anual da Aliança Empresarial de Mulheres do BRICS antecede o Fórum Empresarial e a Cúpula de Chefes de Estado do BRICS e será realizada no Museu de Arte do Rio (MAR), na capital fluminense. O evento consolidará os trabalhos conduzidos pelos grupos temáticos da Aliança ao longo da presidência brasileira do bloco em 2025.

A WBA tem como missão promover a inserção econômica das mulheres e fomentar a cooperação entre empresas lideradas por mulheres nos países do BRICS, com foco no desenvolvimento sustentável, na redução das desigualdades e na ampliação do protagonismo das economias emergentes no cenário internacional.

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