A necessidade de complementar renda é uma realidade presente na vida de milhões de brasileiros e uma das principais motivações para a atividade empreendedora. Segundo o Perfil do MEI, realizado pelo Sebrae, 22% dos microempreendedores individuais precisaram conciliar o empreendedorismo com outra fonte de recurso para garantir sua subsistência no ano passado, em especial, devido a estagnação na economia do governo anterior.
A Pesquisa Nacional sobre Desigualdades, divulgada nessa quarta-feira (30) pelo Instituto Cidades Sustentáveis, juntamente com o Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec), confirma que essa é situação vivida por 31% da população do país, que precisa fazer alguma atividade extra para complementar sua renda em 2023.
Para o presidente do Sebrae, Décio Lima, o empreendedorismo é um dos principais caminhos para tirar o Brasil novamente do mapa da pobreza.
O combate às desigualdades é uma luta de todos nós e uma agenda prioritária para o Sebrae. Acreditamos na inclusão produtiva e social dos brasileiros por meio do empreendedorismo.
Ele acrescenta que o MEI é uma figura essencial para o país, uma vez que esse modelo de negócio dá acesso formal ao mercado e a benefícios sociais de forma desburocratizada, levando mais conforto para a vida de milhares de famílias.
A atuação dos microempreendedores individuais é responsável pela movimentação de bilhões de reais por ano no país. Avaliação de impacto realizada pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV) revela que o efeito da formalização do MEI movimenta entre R$ 19,81 bilhões e R$ 69,56 bilhões. Esse incremento é estimulado pelo aumento de renda que os donos de pequenos negócios obtêm ao se formalizarem. Ao conquistarem um CNPJ, eles aumentam sua renda entre 7% e 25%.
Fome e Pobreza
A pesquisa do Instituto Cidades Sustentáveis revelou ainda que 57% dos brasileiros têm a sensação de que houve aumento do número de pessoas em situação de fome e pobreza na cidade onde moram (em 2022, o índice era de 75%). Ao todo, foram entrevistadas 2.000 pessoas com 16 anos de idade ou mais, em 127 municípios.
Pacto pelo combate às desigualdades
Os dados da pesquisa do Ipec foram apresentados no lançamento do Pacto Nacional pelo Combate às Desigualdades, que visa promover ações que contribuam para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva. O pacto é uma iniciativa de organizações sociais, associações de municípios, centrais sindicais, entidades de classe, instâncias governamentais do Executivo e Legislativo federal, estadual e municipal, e do Poder Judiciário. As primeiras iniciativas incluem o lançamento do Observatório Brasileiro das Desigualdades, diagnóstico construído com base em 42 indicadores de 12 áreas temáticas, e da Frente Parlamentar de Combate às Desigualdades.