No segundo dia do Transformar Juntos 2025, em Brasília (DF), um dos destaques foi a palestra “Mapear para Incluir: O papel do cadastro na agricultura”. O painel contou com a presença do diretor técnico do Sebrae, Bruno Quick; o diretor geral do Senar, Daniel Carrara; e a diretora executiva de Inovação, Negócios e Transferência de Tecnologia da Embrapa, Ana Euler.
Os palestrantes ressaltaram a importância de cadastrar os pequenos produtores rurais para poder oferecer assistência técnica, gestão e inovação para esse setor do mercado.
Todos esses recursos precisam chegar próximo do pequeno produtor porque o pequeno não tem tempo de deixar sua propriedade, ir na cidade e sair buscando parceiros. O nosso desafio é chegar juntos até ele.
Bruno Quick, diretor técnico do Sebrae.
Para Ana Euler, a busca por inovação passa por conhecer e trabalhar junto com os pequenos negócios. “Temos várias contribuições de inovação que são feitas lá no campo, junto com o produtor e a produtora, trazendo respostas que são tangíveis e ganham visibilidade, para trazer novas oportunidades”, afirmou.
O Juntos pelo Agro, realizado pelo Sebrae em parceria com o Sistema CNA/Senar, foi lembrado pelo trabalho junto a produtores rurais com consultorias e assistência técnica. O papel do Sebrae é capacitar os produtores em gestão, oportunidades de mercado, inovação e tecnologia.
“Cadastro sem resultado, é só um monte de dado. E não é isso que a gente precisa no nosso país”, alertou Carrara. “Eu só consigo endereçar o produto certo se eu souber qual é a demanda desse produtor rural. E, para isso, nós precisamos de cadastro analisado”, completa.

Cidades Inteligentes
Ainda na tarde do segundo dia do Transformar Juntos, o painel “Cidades Inteligentes” reuniu o diretor-executivo do ITS Rio, Fabro Steibel; o gerente da unidade de Ambiente de Negócios no Sebrae/PA, Luiz Marcelo Padilha; e a vice-prefeita de Niterói (RJ), Isabel Swan.
Fabro desmistificou o conceito de cidades inteligentes serem cidades tecnológicas, mas sim cidades que compartilham soluções.
Tudo pode virar uma receita de cidade inteligente, desde que a gente pense que receita é diferente do bolo. Receita significa que você consegue explicar como fazer e consegue que outros façam também. O bolo é legal, mas a receita é o que realmente transforma, para que muitas pessoas possam fazer o bolo por si mesmas.
Fabro Steibel, diretor-executivo do ITS Rio.
Isabel deu o exemplo da despoluição das bacias hidrográficas de Niterói e da adaptação às mudanças climáticas na cidade. O tratamento das águas está revitalizando as lagoas da região e o acesso à população à natureza dentro do município.
“Com participação popular, com engajamento da população, podemos entender qual é a necessidade daqueles espaços e, efetivamente, criar soluções inteligentes específicas de cada cidade”, resume Isabel.