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Número de estrangeiros atuando como MEI bate recorde em 2025

São 85,4 mil microempreendedores individuais ativos em todo o Brasil. O estado de Roraima é o que concentra o maior percentual de MEIs vindos de outros países
Por Rafael Baldo
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O número de estrangeiros com CNPJ ativo na categoria microempreendedor individual bateu recorde em 2025. São 85.433 MEIs ativos, um crescimento de 11% em relação ao ano passado e 99% se comparado ao levantamento de 2019. Mesmo assim, as pessoas vindas de outros países representam apenas 0,70% do total de 12,1 milhões de MEIs do Brasil.

Roraima é o estado com maior percentual de MEIs estrangeiros, 9,76%. Em números absolutos, o estado ocupa a segunda posição da região Norte, com 2.040 CNPJs. Os venezuelanos são a maioria dos imigrantes empreendedores no estado.

As pessoas vindas de países vizinhos da América do Sul estão entre as que mais abriram um MEI para poder atuar no Brasil, 66% do total de estrangeiros formalizados. Os imigrantes venezuelanos representam 20,9% do total (17,8 mil); seguidos pelos bolivianos, com 14% (11,9 mil); colombianos (8,7 mil) e argentinos (7 mil). Uruguai (3,8 mil), Haiti (3,5 mil), Paraguai (3,4 mil), Peru (3,3 mil), Portugal (2,8 mil) e Cuba (2,7 mil) completam a lista dos dez primeiros colocados.

Para sair da informalidade e abrir um MEI, a artesã venezuelana Norelis Madriz procurou o Sebrae. Foto: Bruno Mancinelle.

As atividades mais exercidas entre os estrangeiros são: comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios (11,5%), confecção de peças do vestuário, exceto roupas íntimas (10%), cabeleireiros e outras atividades de tratamento de beleza (6,3%) e atividades de ensino (5%).

São Paulo é o estado com mais estrangeiros com o CNPJ de microempreendedor individual ativo, com cerca de 32,9 mil profissionais. Na sequência, estão Santa Catarina (9,9 mil), Paraná (9 mil) e Rio Grande do Sul (6,7 mil). Os estados com o menor número de empresas de estrangeiros foram o Amapá (92), Tocantins (125) e o Piauí (167).

Estrangeiros que são MEI no Brasil

  • 2019 – 42,9 mil
  • 2023 – 74,2 mil
  • 2024 – 76,8 mil
  • 2025 – 85,4 mil
Sebrae oferece capacitações específicas para refugiados. Foto: Divulgação.

Orientação para refugiados

Para estimular o empreendedorismo entre pessoas refugiadas, a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e o Pacto Global da ONU – Rede Brasil, com o apoio do Sebrae, criaram a plataforma Refugiados Empreendedores. Ela reúne mais de 160 empreendimentos liderados por pessoas refugiadas em todo o país.

Pessoas de outros países vivendo no Brasil podem se formalizar como microempreendedor individual através da plataforma gov.br. Para isso, é necessário ter Carteira Nacional de Registro Migratório ou Documento Provisório de Registro Nacional Migratório ou Protocolo de Solicitação de Refúgio, que podem ser solicitados via cadastro no departamento de Polícia Federal com a indicação do número de registro.

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