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Mapeamento identifica grupos de bumba meu boi na Grande São Luís

Em parceria, UFMA e Sebrae coletam dados que servem de base para criação de aplicativo, site e conteúdo documental sobre grupos sediados na Grande Ilha.
Por Laurene Leite
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Expressão máxima dos festejos juninos no Maranhão, os grupos de bumba meu boi oriundos da Grande Ilha recebem atenção para além dos arraiás por meio de uma parceria que une a Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e o Sebrae.

Projeto identifica grupos de bumba meu boi na Grande Ilha: exuberância para além dos arraiás. Crédito: divulgação.

Há um ano, o projeto Caminhos da Boiada lança luzes sobre quem são e onde estão instalados grupos da brincadeira na região metropolitana de São Luís, incluindo os municípios de São José De Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa.

Um levantamento preliminar feito pela UFMA na primeira etapa do projeto identificou quase 80 grupos da brincadeira, em seis sotaques, incluindo os que são originários dos quatro municípios e outros, como os bois de Morros e de Axixá, que, mesmo nascidos no interior, têm sede na capital.

O trabalho é fruto do Grupo de Estudos Culturais do Maranhão (GECULT), da UFMA, associado ao programa de pós-graduação em Comunicação da instituição, o PPGCOM. Coordenado pela pesquisadora Letícia Cardoso, do PPGCOM de Imperatriz e docente do departamento de Comunicação da UFMA, o grupo conta ainda com pesquisadores colaboradores das áreas de Turismo (prof. David Bouças) e Informática (prof. Francisco Silva), além de alunos de mestrado nos três campos de conhecimento, em um total de 11 pessoas.

Equipe de pesquisadores da UFMA visitam, na primeira etapa, brincadeiras como o Boi Brilho da Ilha.

A ideia do mapeamento surgiu da constatação da ausência de dados atualizados sobre os grupos como base para projetos de pesquisa e formulação de políticas para o setor cultural. “Em nossas pesquisas, de forma recorrente, precisávamos de contatos e informações sobre os grupos e não tínhamos onde encontrar. Isso gerou inquietação, até decidirmos construir o mapeamento, incluindo dados como endereço, localização georreferenciada, nomes dos líderes, telefones, sotaques, redes sociais dos grupos”, explica a professora Letícia Cardoso. Esses dados, completa ela, “servirão também para perpetuar e difundir esse importante patrimônio imaterial brasileiro, que é o bumba meu boi”.

Fortalecimento da economia criativa

Os números do levantamento inicial evoluíram e hoje mostram cerca de 90 grupos em atuação na Grande Ilha. A previsão é que os dados já coletados estejam disponíveis em ambiente digital com previsão no mês de julho. O projeto segue agora para uma segunda etapa, que foca a construção de plataformas digitais para inserção e atualização permanente desses dados, tendo o Sebrae como parceiro.

As ações serão apoiadas por meio do projeto Economia Criativa do Nordeste. A ideia é adensar o mapeamento com a cobertura de todos os grupos, combinando essa etapa com a geração de conteúdo para o ambiente digital, documentação em audiovisual, construção de site e de um aplicativo, que vão tornar bem mais ágil o acesso às informações coletadas. Outra vertente será a articulação com as ações de Turismo Criativo, tomando as informações como base para criação de roteiros de turismo de experiência e de base comunitária.

“Com essa parceria, desejamos fortalecer as práticas culturais de empreendedores criativos pertencentes a esses grupos, valorizando um trabalho que é desenvolvido durante o ano inteiro pelos grupos de bois e, ao mesmo tempo, planejar ações focadas na qualificação e preparação desses criativos para captar recursos e empreender com sustentabilidade. É um trabalho que nos permite um olhar para esses grupos criativos para além da exuberância que expressam na temporada junina”, explica a coordenadora de Produtividade e Tecnologia na Inovação, Danielle Abreu.

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