ASN Nacional Atualização
Compartilhe

Empreendedorismo constrói novos caminhos para mulheres após maternidade

Conheça a história de confeiteira que se formalizou como MEI depois do nascimento dos filhos gêmeos
Por Cibele Maciel
ASN Nacional Atualização
Compartilhe

A necessidade de cuidar dos filhos tem motivado muitas mães a buscarem no empreendedorismo uma fonte de renda. No Rio de Janeiro, a microempreendedora individual (MEI) Monique Reis encontrou na confeitaria uma alternativa para cuidar dos filhos gêmeos após uma gestão de risco.

Há 20 anos no ramo, empreender foi determinante para a vida dela em um momento delicado. “Eram duas crianças que precisavam de cuidados e um dos meus filhos nasceu com um problema renal grave”, conta. Como já fazia bolos, ela decidiu largar o emprego de carteira assinada. “Conforme eles foram crescendo, eu cuidada deles de dia e trabalhava de madrugada”, lembra.

Foi assim que nasceu a Miimo Confeitaria. Monique se formalizou como MEI e com o negócio estabelecido, conseguiu alugar um espaço próximo à sua residência para a produção. “A maior parte dessa trajetória foi trabalhando em casa. Tinha bolo em todo lugar”, recorda. Após o marido ficar desempregado, eles decidiram investir em uma loja física.

“O negócio já andava sozinho, mas tivemos a ideia de abrir uma cafeteria junto com a confeitaria, mas não deu certo. Fechamos um pouco antes da pandemia”, conta.

É da confeitaria que vem o sustento de toda família, pois seu marido também ajuda no negócio. Atualmente, os filhos estão com 17 anos. Ela reconhece o empreendedorismo com um ponto de virada na sua vida.

Nunca tive o sonho de empreender, mas hoje eu vejo que foi a coisa mais importante que aconteceu na minha vida. Ser MEI possibilitou que eu cuidasse exclusivamente dos meus filhos e ficar sempre por perto.

Monique Reis, empreendedora.

Monique usou o empreendedorismo para mudar a vida da família. Foto: Arquivo pessoal.

Mãe & empreendedora

No Brasil, assim como Monique, 67% das empreendedoras são mães e a decisão de empreender por causa dos filhos é maior entre as mulheres do que entre os homens. Entre elas, 68% afirmaram que a dedicação à prole “influenciou muito” na abertura do próprio negócio, enquanto entre os homens esse percentual foi de 56%. Por outro lado, 34% dos empreendedores declararam que essa responsabilidade “não influenciou em nada” sua decisão. Os dados são de estudo recente elaborado pelo Sebrae.

O empreendedorismo materno é uma alternativa real para muitas mulheres, oferecendo flexibilidade e autonomia. Formalizar-se como microempreendedora individual oferece benefícios importantes para quem está começando. O MEI tem direitos previdenciários como auxílio-saúde, licença-maternidade, além de ser dispensado, por lei, de obter alvará e licença de funcionamento, podendo iniciar suas atividades assim que se formaliza, inclusive em casa.

Produtos da Miimo Confeitaria. Foto: Divulgação.

Saiba mais

Empreender impõe desafios, especialmente na conciliação dos papéis de mãe, empreendedora e provedora. Por isso, o Sebrae preparou dicas para ajudar as mães nesse caminho:

1. Planeje-se bem

Para reduzir riscos, tenha um plano de negócios com pesquisa de mercado, análise da concorrência e metas claras. Conheça a ferramenta Canvas Sebrae para criar e visualizar modelos de negócios. É on-line e gratuita.

2. Organize as finanças

Mesmo em negócios pequenos, planejamento financeiro é essencial. Use aplicativos ou planilhas para controlar custos, prever receitas e buscar linhas de crédito específicas para mulheres. O Sebrae lançou recentemente o Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe) Mulher, que vai garantir 100% do valor nas operações de crédito direcionadas ao público feminino.

3. Comece pelo que você sabe

Empreender em uma área em que você tem experiência ou afinidade reduz riscos e acelera resultados, seja com uma consultoria, a profissionalização de um hobby ou outra atividade rentável.

4. Não faça sozinha

Empreender e cuidar de filhos sozinha é insustentável. Construa uma rede de apoio, divida tarefas, envolva a família ou contrate serviços. Isso não é fraqueza, é estratégia.

5. Organize o tempo com foco e flexibilidade

A gestão do tempo é fundamental. Seja disciplinada, mas flexível para lidar com imprevistos.

6. Capacite-se sempre

Isso aumenta a confiança e a competência. Há cursos acessíveis e adequados ao seu tempo e orçamento. Desenvolva também habilidades socioemocionais, fundamentais para manter a motivação.

7. Cuide de você

Inclua momentos de autocuidado na rotina. Isso preserva seu bem-estar e melhora sua produtividade. Autocuidado é essencial para manter equilíbrio físico e emocional.

  • MEI
  • Microempreendedor Individual