Acesse o Portal Sebrae
Dar a materiais jogados fora uma nova vida útil. Com essa proposta, o projeto Caçamba do Bem fomenta a economia circular e diminui o impacto de resíduos em Curitiba, há sete anos. O negócio, fundado pela designer de interiores Marília Bender Almeida, já resgatou de 5 mil peças de construção e decoração, segundo estimativa do projeto.
A iniciativa faz uma curadoria dos materiais descartados, assim como também recebe doações de pessoas físicas e lojas. Após um processo para deixar as peças em um bom estado, inclusive criando novas por meio da reutilização, comercializa os produtos em um bazar, além de doar algumas peças para instituições da capital.
Marília, que começou o Caçamba do Bem após perceber o potencial dos materiais descartados, conta que o projeto surgiu pelo sentimento de que as peças resgatadas poderiam contribuir para a formação de uma verdadeira rede, pelo qual valia a pena a dedicação.
Lá em 2018, comecei a reparar que muitos materiais que sobravam de obras poderiam ser reaproveitados. Desde então, eu toco o projeto sozinha, coloco metas e, com isso, acredito que o impacto é maior do que o resgate das peças. É uma rede, pois quando eu não consigo receber determinado material, procuro direcionar para alguém que consiga, gerando um impacto maior.
Marília Almeida, empreendedora.
O Caçamba do Bem tem conquistado clientes e contribuindo para o fomento de uma economia circular. Roberta Toigo, arquiteta, conheceu o projeto em 2019 e, desde então, já adquiriu materiais como porcelanato para piso, bancadas, móveis, sofás e itens decorativos. Para ela, a iniciativa vai além da venda de peças descartadas.
“Sou cliente fiel do projeto. Para mim, ele é essencial para a sustentabilidade, pois, como arquiteta, vejo que muitos materiais são descartados simplesmente pela falta de informação para o reaproveitamento. Como cidadã e cliente do Caçamba do Bem, vejo que ele vem atingindo e conscientizando cada vez mais pessoas”, comenta Roberta.
Empretec
Mesmo com sua experiência inovadora, no ano passado Marília participou do Empretec, programa do Sebrae/PR que contribui com o desenvolvimento de empreendedores. Para ela, a participação exerceu papel fundamental na compreensão do Caçamba do Bem como um negócio, que exige planejamento, organização e perspectivas de futuro.
“Eu precisava entender quais eram as minhas falhas como gestora e quais poderiam ser os meus próximos passos, pois me sentia estagnada com o projeto. No Empretec, entendi que, para alcançar um determinado objetivo, eu precisava olhar para ele e traçar um plano. Não bastava simplesmente ‘sair fazendo’, era preciso uma intenção”, explica a empreendedora.
Para o consultor do Sebrae/PR, Rodrigo Ribeiro Santos, o impacto do negócio vai além da sustentabilidade, promovendo o desenvolvimento econômico ao conectar a reutilização de materiais com oportunidades de negócio.
Ao transformar materiais descartados em novos produtos de alto potencial, o projeto amplia o alcance do setor e inspira um novo olhar para a economia circular como um motor de crescimento para o varejo. Seu crescimento reforça como iniciativas sustentáveis podem transformar negócios e gerar oportunidades.
Rodrigo Ribeiro Santos, consultor do Sebrae/PR.
E o Empretec provoca o desenvolvimento comportamental, além da gestão empresarial. Com isso, os participantes aprendem a fortalecer a mentalidade empreendedora, impulsionando a inovação nos seus negócios e adquirindo habilidades práticas, que transformam ideias em oportunidades reais.
“O programa não se concentra apenas na gestão do negócio, mas na transformação do empreendedor em um agente de mudança, capaz de enxergar oportunidades e superar desafios. Ele pode ser um divisor de águas, independentemente do estágio do negócio e serve até mesmo para quem quer empreender, mas ainda não tem uma empresa”, afirma o consultor.
Como fazer parte do Empretec
O Empretec é um programa que adota a metodologia da Organização das Nações Unidas (ONU) para a formação de empreendedores. No Brasil, ele é ministrado com exclusividade pelo Sebrae e oferece 60 horas de capacitação, que inclui um conteúdo interativo e atividades práticas, fazendo com que os “empretecos” se conectem com o ambiente de negócios.
