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Controle e garantia de origem de produtos são debatidos em painel de evento internacional

Caso do queijo Roquefort foi base para o debate
Por Da Redação
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As atividades do V Evento Internacional de Indicações Geográficas e Marcas Coletivas – Origens Brasileiras seguiram na sexta-feira (9), em Curitiba, Paraná. O painel “Controle e garantia de qualidade baseada na origem dos produtos das IGs e acompanhamento de mercado” reuniu produtores, representantes de associações, consultores, pesquisadores e demais interessados em conhecer mais sobre a história e o desenvolvimento do queijo Roquefort.

Originado na região de Roquefort-sur-Soulzon, sul da França, o alimento é elaborado com leite de ovelha e possui o selo de Denominação de Origem Protegida (DOP), que garante a preservação do método tradicional e da região em que é produzido. O secretário geral da Confederação Geral do Queijo de Roquefort, Sébastien Vignette, comentou que são sete as empresas responsáveis pelo desenvolvimento da iguaria.

“Durante a nossa história, passamos por diversos desafios. De uma maneira progressiva, foram desenvolvidas federações, ampliando os números de produtores. Na década de 30, foi criada uma federação com o objetivo de diminuir as fraudes, a fim de discutir a elaboração do queijo como uma profissão, como o fabricante e o produtor poderiam estar de acordo com o preço e com os personagens envolvidos”, conta o secretário.

A produção é originada em uma região de cerca de 100 quilômetros no sul da França. Ao todo, 1.400 fazendas criam os animais que, em 2021, produziram 170 milhões de leite voltados para a elaboração do queijo Roquefort.

“Hoje, o Roquefort está protegido na União Europeia e em outros locais do mundo, por conta de acordos realizados entre grupos internacionais. E essa longevidade se expressa com a relação do produto com o território, com a história, com a ambição internacional, mas também com relação à organização e a produtividade”, completa Vignette.

O representante da IG de Indicação de Procedência do Queijo da Canastra, Higor Freitas, relatou que a mercadoria se valorizou por meio do reconhecimento e ampliou as oportunidades em São Roque de Minas, Medeiros, Vargem Bonita, Tapiraí, Delfinópolis, Bambuí e Piumhi, cidades de Minas Gerais que formam a área delimitada pela Indicação de Procedência Canastra.

“O produto passou de um valor de comercialização de R$ 6,00 por quilo para cerca de R$ 70,00. Hoje, cada produtor desenvolve 9.125 peças por ano, o que resulta em um valor bruto de arrecadação de R$ 638.750,00. Para isso, é preciso ter controle de qualidade e das características do produto, ter instrumentos de proteção, como a rastreabilidade, o controle e a utilização de selos específicos. Isso tudo garante ao consumidor o compromisso da marca naquilo que comercializa”, explica Freitas.

Segundo a Associação dos Produtores de Queijo da Canastra (Aprocan), cerca de 290 pessoas estão envolvidas diretamente na produção da região. Além disso, são promovidas atividades de capacitação e acompanhamento técnico nas fazendas, com veterinários e zootecnistas, tendo como objetivo ter rastreabilidade do produto, garantia de qualidade e controle das ações.

De acordo com Higor Freitas, um dos principais desafios enfrentados foi o de assegurar a comprovação da qualidade do produto.

“Notamos a utilização indevida da marca em outros locais. Por conta disso, foi desenvolvida uma película a partir da caseína, proteína sólida do leite, e que serve para o controle. A etiqueta possui a marca e um número de série. No site, o consumidor pode inserir as informações da etiqueta do produto adquirido e ter acesso a diversas informações ligadas à origem, à data de produção e de qual produtor, por exemplo”, completa Freitas.

O painel foi moderado pelo representante do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), Pablo Regalado.

Programação

As atividades do evento seguem no sábado (10). Em Curitiba, será realizada uma feira com produtos de todo o Brasil, na Rua Alberto Bolliger, s/n, Alto da Glória, entre 7h e 13h. No período da tarde, será realizada uma visita à Indicação de Procedência Colônia Witmarsum, que está localizada na região dos Campos Gerais, no município de Palmeira, para conhecer a história dos queijos locais e o seu modo de preparo.

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